CARTA
À IGREJA DE ESMIRNA
Texto
Bíblico: Ap 2.8-11

I. O ELOGIO – APESAR DAS AFLIÇÕES. A
IGREJA PERMANECE FIEL – V. 8-9
- A idéia de tribulação é de
um aperto, um sufoco um esmagamento. A igreja estava sendo espremida
debaixo de um rolo compressor. A pressão dos acontecimentos pesava sobre ela
e a força das circunstâncias procurava forçar a igreja a abandonar a sua
fé. Os crentes em Esmirna estavam sendo atacados e mortos. Eles eram
forçados a adorar o imperador como Deus.
Os crentes estavam morrendo por causa da sua fé.
- Como entender o amor de
Deus no meio da perseguição? Como entender o amor do Pai pelo seu Filho
quando o entregou como sacrifício? Onde é sacrificado o amado, o amor se
oculta.
-
2. Pobreza –
v.9
- Havia duas palavras para
pobreza: ptochéia (miséria) e penia (pobreza). Penia se refere à pessoa que carece do
supérfluo, enquanto ptocheia é o que não tem nem sequer o essencial. A
miséria não procede de Deus. Podemos ser pobres, mas miseráveis jamais. A
pobreza dos crentes era um efeito da tribulação, por algumas razões:
a) Eles eram procedentes das classes pobres e muitos
deles eram escravos;
b) Eram saqueados e seus bens eram tomados pelos
perseguidores (Hb 10:34);
c) Os crentes haviam renunciado aos meios ilícitos de
enriquecimento e por sua fidelidade a Cristo, perderam os lucros fáceis.
Provaram que neles havia o caráter de Cristo.
3. Difamação
- Havia, na cidade, judeus
estavam espalhando falsos rumores sobre os cristãos. As mentes estavam
sendo envenenadas. Os crentes de Esmirna estavam sendo acusados de coisas
graves. O diabo é o acusador. Ele é o pai da mentira. Aqueles que usam a
arma das acusações levianas são instrumentos de Satanás. A comunidade
judaica de Esmirna não apenas
estava perseguindo os crentes, mas estava também influenciando os romanos a
prendê-los. Quem difama Cristo ou o degrada naqueles que o confessam, promove
a obra de Satanás e de seus demônios. Com o agravo dessas perseguições, os
crentes passaram a sofrer várias acusações levianas.
- Alguns crentes de Esmirna
estavam enfrentando a prisão. A prisão era como uma sentença de morte
anunciada porque os romanos não cuidavam de seus prisioneiros. Normalmente
os prisioneiros morriam de fome, de pestilências, ou de lepra. O senhor
nos prova muitas vezes até o extremo. Mas Deus é fiel e não permite que
sejamos tentados além das nossas forças. Ele supervisiona o nosso teste.
- Embora a igreja fosse pobre
financeiramente, era rica dos recursos espirituais. Não tinha tesouros na
terra, mas os tinha no céu. Era pobre diante dos homens, mas rica diante
de Deus. A riqueza de uma igreja não está no tamanho do seu templo, na
beleza de seus móveis, ou na projeção social dos seus membros.
- Enquanto o mundo avalia os
homens pelo ter, Jesus os avalia pelo ser. Importa ser rico para com Deus.
Importa ajuntar tesouros no céu. A igreja de Esmirna era pobre, mas fiel.
Era pobre, mas rica diante de Deus. Era pobre, mas possuía tudo e
enriquecia a muitos. O mundo vê a aparência, Deus vê o interior.
III. PRONTOS
A FAZER QUALQUER SACRÍFICIO PARA HONRAR A JESUS – V. 10b
- Aqueles crentes eram
pobres, perseguidos, caluniados, presos e agora estavam sendo encorajados
a enfrentar a própria morte, se fosse preciso. Não é somente ser fiel até
o último dia da vida. É ser fiel até o ponto de morrer por essa
fidelidade. É preferir morrer a negar a Jesus. Jesus foi obediente até a
morte e morte de cruz. Ele foi da cruz até a coroa. Essa linha também foi
traçada para a igreja de Esmirna: “Sê fiel até à morte e dar-te-ei a coroa
da vida”.
- Hoje Jesus espera do seu
povo fidelidade na vida, no testemunho, na família, nos negócios, na fé.
Não venda o seu Senhor por dinheiro, como Judas. Não troque o seu Senhor,
por um prato de lentilhas como Esaú. Não venda a sua consciência por uma
barra de ouro como Acã. Seja fiel a Jesus, ainda que isso lhe custe seu
namoro, seu emprego, seu sucesso, seu casamento, sua vida. Jesus diz que
aqueles que são perseguidos por amor a ele são bem-aventurados (Mt
5:10-12). O servo não é maior do que o seu Senhor. O mundo perseguiu a
Jesus e também nos perseguirá.
- A Bíblia diz que todo
aquele que quiser viver piedosamente em Cristo será perseguido (2 Tm
3:12). Paulo diz: “A vós foi dado o privilégio não apenas de crer em
Cristo, mas também de sofrer por ele” (Fp 1:29). Enquanto estamos aqui, neste
mundo, muitos irmãos nossos estão selando com o seu sangue a sua
fidelidade a Cristo.
- Aqueles que forem fiéis no
pouco, serão recebidos pelo Senhor com honras: “Bom está servo bom e fiel.
Foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei. Entra no gozo do teu
senhor.”
IV. APESAR
DAS TRIBULAÇÕES DEUS ESTÁ NO CONTROLE DE TODOS OS DETALHES DA NOSSA VIDA – V.
9-10
- Jesus conhece quem somos e tudo o que acontece
conosco – v. 9. Este fato é
fonte de muito conforto. Uma das nossas grandes necessidades nas
tribulações é alguém com quem partilhá-las. Jesus conhece nossas aflições,
porque anda no meio dos candeeiros. Sua presença nunca se afasta. O Senhor
não dorme. Ele está olhando para você. Ele sabe o que você está passando.
Ele conhece a sua tribulação. Ele sabe das suas lutas. Jesus sabe das
calúnias que são levantadas contra você. Ele sabe o veneno das línguas
mortíferas que conspiram contra você. Ele sabe que somos pobres, mas ao
mesmo tempo ricos; que somos entregues à morte, mas ao mesmo tempo temos a
coroa da vida.
- Jesus permite o sofrimento com um propósito, para
lhe provar, e não para lhe destruir
– v. 10. A intenção do inimigo é destruir a sua fé, mas o propósito de
Jesus é provar você. O diabo está por trás do aprisionamento. Mas quem
realiza seus propósitos é Deus. Jesus está peneirando a sua igreja para
arrancar dela as impurezas. Satanás tenta para destruir; Jesus prova para
refinar. Precisamos olhar para além da provação, para o glorioso propósito
de Jesus. Precisamos olhar para o além do castigo, para o seu benefício. O
Senhor não o poupa da prisão, mas usa a prisão para fortalecer você. Ele
não nos livra da fornalha, mas nos purifica nela.
- Jesus controla tudo da sua vida. Nenhum sofrimento pode nos atingir, exceto com
a sua expressa permissão. Ele advertiu os crentes de Esmirna sobre o que
estava por acontecer, ele fixou um limite aos seus sofrimentos. Jesus sabe
quem está por trás de todo ataque à sua vida (v. 10). O inimigo que nos
ataca não pode ir além do limite que Jesus estabelece. Jesus disse: “Não
temas as coisas que tens de sofrer.” Três verdades estão aqui presentes: a
primeira é que o sofrimento é certo; a segunda é que será limitado; a
terceira é que será breve. O diabo só pode ir até onde Deus o permite.
Quem está no controle da nossa vida é Cristo. Não tenha medo!
- Jesus já passou vitoriosamente pelo caminho
estreito do sofrimento que nos atinge, por isso pode nos
fortalecer. Ele também enfrentou tribulação: foi homem de dores,
suportou pobreza, não tinha onde reclinar a cabeça. Ele foi caluniado
muitas vezes, preso, açoitado, cuspido, pregado na cruz. Mas venceu e nos
garantiu a vitória sempre. Ele tem poder para consolar, porque ele foi
tentado como nós, mas sem pecar. Ele pode nos socorrer, porque trilhou o
caminho do sofrimento e da morte e venceu. Ele é eterno, o primeiro e o
último. Aquele que nunca muda e que está sempre conosco. Ele é vitorioso porque
enfrentou a morte e a venceu. Ele destruiu aquele que tem o poder da morte
e nos promete vitória sobre ela. Cristo é galardoador – Ele promete a coroa da vida
para os fiéis e vitória completa sobre a segunda morte para os vitoriosos.
Cristo
continua dizendo para nós hoje: Quem tem
ouvidos, ouça o Espírito diz às igrejas. Cada igreja tem necessidade do
sopro e do mover do Espírito de Deus. A palavra para a igreja de Esmirna é
também para nós. Os tempos trabalhosos estão chegando. Precisamos permanecer
fiéis. Como a Igreja de Esmirna, não devemos olhar para o sofrimento, mas para
a recompensa. Há uma promessa que permanece como uma viva esperança: o vencedor
não sofrerá o dano da segunda morte. Podemos enfrentar a morte e até o
martírio, mas escaparemos do inferno que é a segunda morte (v. 11), e entraremos
no céu, que é a coroa da vida. SOLI DEO GLORIA
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