ESTUDO:CARTAS ÀS SETE IGREJAS PARTE II

 CARTA À IGREJA DE ESMIRNA
Texto Bíblico: Ap 2.8-11
 
INTRODUÇÃO: A fidelidade é um princípio básico da vida cristã. Como ser um crente fiel em tempos de prova? Esta carta foi endereçada a uma igreja sofredora, perseguida, pobre, caluniada, aprisionada, que enfrentava a própria morte, mas uma igreja fiel que só recebeu elogios de Cristo.       Para a igreja dessa cidade, Jesus disse: “Sê fiel até à morte” e prometeu a coroa da vida. Ser cristão em Esmirna era correr o risco de perder os bens e a própria vida. A fidelidade até a morte era a marca dessa igreja. Vejamos o que podemos aprender com este texto bíblico:
    
 
   I. O ELOGIO – APESAR DAS AFLIÇÕES. A IGREJA PERMANECE FIEL – V. 8-9
        A igreja de Esmirna recebeu elogios do Senhor por sua atitude frente aos problemas que enfrentava, pois mesmo assim permanecia na fé. Todos estes problemas eram do conhecimento do próprio Deus.
        1. Tribulação – v. 9
  • A idéia de tribulação é de um aperto, um sufoco um esmagamento. A igreja estava sendo espremida debaixo de um rolo compressor. A pressão dos acontecimentos pesava sobre ela e a força das circunstâncias procurava forçar a igreja a abandonar a sua fé. Os crentes em Esmirna estavam sendo atacados e mortos. Eles eram forçados a adorar o imperador como Deus.  Os crentes estavam morrendo por causa da sua fé.
  • Como entender o amor de Deus no meio da perseguição? Como entender o amor do Pai pelo seu Filho quando o entregou como sacrifício? Onde é sacrificado o amado, o amor se oculta.
    2. Pobreza – v.9
  • Havia duas palavras para pobreza: ptochéia (miséria) e penia (pobreza).  Penia se refere à pessoa que carece do supérfluo, enquanto ptocheia é o que não tem nem sequer o essencial. A miséria não procede de Deus. Podemos ser pobres, mas miseráveis jamais. A pobreza dos crentes era um efeito da tribulação, por algumas razões:
a) Eles eram procedentes das classes pobres e muitos deles eram escravos;
b) Eram saqueados e seus bens eram tomados pelos perseguidores (Hb 10:34);
c) Os crentes haviam renunciado aos meios ilícitos de enriquecimento e por sua fidelidade a Cristo, perderam os lucros fáceis. Provaram que neles havia o caráter de Cristo.
 
3. Difamação
  • Havia, na cidade, judeus estavam espalhando falsos rumores sobre os cristãos. As mentes estavam sendo envenenadas. Os crentes de Esmirna estavam sendo acusados de coisas graves. O diabo é o acusador. Ele é o pai da mentira. Aqueles que usam a arma das acusações levianas são instrumentos de Satanás. A comunidade judaica de Esmirna  não apenas estava perseguindo os crentes, mas estava também influenciando os romanos a prendê-los. Quem difama Cristo ou o degrada naqueles que o confessam, promove a obra de Satanás e de seus demônios. Com o agravo dessas perseguições, os crentes passaram a sofrer várias acusações levianas.
      4. Prisão
  • Alguns crentes de Esmirna estavam enfrentando a prisão. A prisão era como uma sentença de morte anunciada porque os romanos não cuidavam de seus prisioneiros. Normalmente os prisioneiros morriam de fome, de pestilências, ou de lepra. O senhor nos prova muitas vezes até o extremo. Mas Deus é fiel e não permite que sejamos tentados além das nossas forças. Ele supervisiona o nosso teste.
      II. A IGREJA PODE SER POBRE PARA O MUNDO, MAS É RICA DA GRAÇA DE DEUS – V. 9
 
  1. Embora a igreja fosse pobre financeiramente, era rica dos recursos espirituais. Não tinha tesouros na terra, mas os tinha no céu. Era pobre diante dos homens, mas rica diante de Deus. A riqueza de uma igreja não está no tamanho do seu templo, na beleza de seus móveis, ou na projeção social dos seus membros.
 
  1. Enquanto o mundo avalia os homens pelo ter, Jesus os avalia pelo ser. Importa ser rico para com Deus. Importa ajuntar tesouros no céu. A igreja de Esmirna era pobre, mas fiel. Era pobre, mas rica diante de Deus. Era pobre, mas possuía tudo e enriquecia a muitos. O mundo vê a aparência, Deus vê o  interior.
 
III. PRONTOS A FAZER QUALQUER SACRÍFICIO PARA HONRAR A JESUS – V. 10b
 
  1. Aqueles crentes eram pobres, perseguidos, caluniados, presos e agora estavam sendo encorajados a enfrentar a própria morte, se fosse preciso. Não é somente ser fiel até o último dia da vida. É ser fiel até o ponto de morrer por essa fidelidade. É preferir morrer a negar a Jesus. Jesus foi obediente até a morte e morte de cruz. Ele foi da cruz até a coroa. Essa linha também foi traçada para a igreja de Esmirna: “Sê fiel até à morte e dar-te-ei a coroa da vida”.
 A cidade de Esmirna era fiel à Roma, mas os crentes são chamados a serem fiéis a Jesus. A cidade de Esmirna tinha a pretensão de ser a primeira das cidades do Império Romano, mas Jesus diz: “Eu sou o primeiro e o último”. Somos chamados a sermos fiéis até às últimas conseqüências, mesmo num contexto de hostilidade e perseguição.
 
  1. Hoje Jesus espera do seu povo fidelidade na vida, no testemunho, na família, nos negócios, na fé. Não venda o seu Senhor por dinheiro, como Judas. Não troque o seu Senhor, por um prato de lentilhas como Esaú. Não venda a sua consciência por uma barra de ouro como Acã. Seja fiel a Jesus, ainda que isso lhe custe seu namoro, seu emprego, seu sucesso, seu casamento, sua vida. Jesus diz que aqueles que são perseguidos por amor a ele são bem-aventurados (Mt 5:10-12). O servo não é maior do que o seu Senhor. O mundo perseguiu a Jesus e também nos perseguirá.
 
  1. A Bíblia diz que todo aquele que quiser viver piedosamente em Cristo será perseguido (2 Tm 3:12). Paulo diz: “A vós foi dado o privilégio não apenas de crer em Cristo, mas também de sofrer por ele” (Fp 1:29). Enquanto estamos aqui, neste mundo, muitos irmãos nossos estão selando com o seu sangue a sua fidelidade a Cristo.
 
  1. Aqueles que forem fiéis no pouco, serão recebidos pelo Senhor com honras: “Bom está servo bom e fiel. Foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei. Entra no gozo do teu senhor.”
 
IV. APESAR DAS TRIBULAÇÕES DEUS ESTÁ NO CONTROLE DE TODOS OS DETALHES DA NOSSA VIDA – V. 9-10
 
  1. Jesus conhece quem somos e tudo o que acontece conosco – v. 9. Este fato é fonte de muito conforto. Uma das nossas grandes necessidades nas tribulações é alguém com quem partilhá-las. Jesus conhece nossas aflições, porque anda no meio dos candeeiros. Sua presença nunca se afasta. O Senhor não dorme. Ele está olhando para você. Ele sabe o que você está passando. Ele conhece a sua tribulação. Ele sabe das suas lutas. Jesus sabe das calúnias que são levantadas contra você. Ele sabe o veneno das línguas mortíferas que conspiram contra você. Ele sabe que somos pobres, mas ao mesmo tempo ricos; que somos entregues à morte, mas ao mesmo tempo temos a coroa da vida.
 
  1. Jesus permite o sofrimento com um propósito, para lhe provar, e não para lhe destruir – v. 10. A intenção do inimigo é destruir a sua fé, mas o propósito de Jesus é provar você. O diabo está por trás do aprisionamento. Mas quem realiza seus propósitos é Deus. Jesus está peneirando a sua igreja para arrancar dela as impurezas. Satanás tenta para destruir; Jesus prova para refinar. Precisamos olhar para além da provação, para o glorioso propósito de Jesus. Precisamos olhar para o além do castigo, para o seu benefício. O Senhor não o poupa da prisão, mas usa a prisão para fortalecer você. Ele não nos livra da fornalha, mas nos purifica nela.
 
  1. Jesus controla tudo da sua vida. Nenhum sofrimento pode nos atingir, exceto com a sua expressa permissão. Ele advertiu os crentes de Esmirna sobre o que estava por acontecer, ele fixou um limite aos seus sofrimentos. Jesus sabe quem está por trás de todo ataque à sua vida (v. 10). O inimigo que nos ataca não pode ir além do limite que Jesus estabelece. Jesus disse: “Não temas as coisas que tens de sofrer.” Três verdades estão aqui presentes: a primeira é que o sofrimento é certo; a segunda é que será limitado; a terceira é que será breve. O diabo só pode ir até onde Deus o permite. Quem está no controle da nossa vida é Cristo. Não tenha medo!
 
  1. Jesus já passou vitoriosamente pelo caminho estreito do sofrimento que nos atinge, por isso pode nos fortalecer. Ele também enfrentou tribulação: foi homem de dores, suportou pobreza, não tinha onde reclinar a cabeça. Ele foi caluniado muitas vezes, preso, açoitado, cuspido, pregado na cruz. Mas venceu e nos garantiu a vitória sempre. Ele tem poder para consolar, porque ele foi tentado como nós, mas sem pecar. Ele pode nos socorrer, porque trilhou o caminho do sofrimento e da morte e venceu. Ele é eterno, o primeiro e o último. Aquele que nunca muda e que está sempre conosco. Ele é vitorioso porque enfrentou a morte e a venceu. Ele destruiu aquele que tem o poder da morte e nos promete vitória sobre ela. Cristo é  galardoador – Ele promete a coroa da vida para os fiéis e vitória completa sobre a segunda morte para os vitoriosos.
 
       Cristo continua dizendo para nós hoje: Quem tem ouvidos, ouça o Espírito diz às igrejas. Cada igreja tem necessidade do sopro e do mover do Espírito de Deus. A palavra para a igreja de Esmirna é também para nós. Os tempos trabalhosos estão chegando. Precisamos permanecer fiéis. Como a Igreja de Esmirna, não devemos olhar para o sofrimento, mas para a recompensa. Há uma promessa que permanece como uma viva esperança: o vencedor não sofrerá o dano da segunda morte. Podemos enfrentar a morte e até o martírio, mas escaparemos do inferno que é a segunda morte (v. 11), e entraremos no céu, que é a coroa da vida. SOLI DEO GLORIA
 
 
 

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