CARTA À IGREJA DE ÉFESO
Texto Bíblico:
Ap 2.1-7

I. A PRESENÇA DO SENHOR NA IGREJA – V. 1
1. Jesus afirma que está presente e em ação no meio da Sua Igreja
· A presença
manifesta do Cristo vivo no meio da igreja é a sua maior necessidade. Muitos
perderam o impacto da presença real de Cristo entre nós. Temos a idéia de
Cristo no céu, no trono, reinando à destra do Pai. Mas não temos a visão clara
de que ele está aqui nesta noite no meio da congregação. Perdemos o impacto da
presença de Cristo em nosso louvor, em nossas reuniões, em nossos encontros em nossas
pregações. Cremos na sua transcendência, mas não vivenciamos sua imanência.
Perdemos o senso da glória do Cristo presente entre nós.
·Jesus não só está
presente, ele está também segurando a Sua Igreja em Suas onipotentes mãos. O segurar
aqui significar ter totalmente nas mãos. Ninguém pode arrancar-nos das mãos de
Jesus. Nada pode nos separar do amor de Deus que está em Cristo.
·
Jesus está também
sondando a sua igreja. Ele nos conhece: ele sonda os nossos corações. Ele anda
no meio da igreja para encorajar, repreender e chamar ao arrependimento.
II. O ELOGIO
- AS VIRTUDES DA IGREJA – V. 2-3, 6
1. Era uma
igreja fiel na doutrina – v. 2-3, 6
·
Mesmo cercada por
perseguição e mesmo atacada por constantes heresias, essa igreja permaneceu
firme na Palavra, contra todas as ondas e novidades que surgiram. Jesus já
alertara sobre o perigo dos lobos vestidos com peles de ovelhas (Mt 7:15).
Paulo já havia avisado os presbíteros dessa igreja (At 20:29-30) sobre os lobos
que penetrariam no meio do rebanho e sobre aqueles que se levantariam entre
eles, falando coisas pervertidas para arrastar atrás deles os discípulos. Agora
os lobos haviam chegado.
· O apóstolo João
nos advertiu a provar os espíritos, porque há muitos falsos profetas (1 Jo
4:1). A igreja de Éfeso estava enfrentando os falsos apóstolos, que se autodenominavam
apóstolos, ensinando à igreja heresias perniciosas (2:2). Mas a igreja de Éfeso
tinha discernimento espiritual. Não tolerava a heresia (v. 2) nem o pecado
moral (v. 6).
· Os Nicolaítas
pregavam uma nova versão do Cristianismo, um evangelho sem exigências, liberal,
sem proibições. Eles queriam gozar o melhor da igreja e o melhor do mundo. Eles
incentivavam os crentes a comer comidas sacrificadas aos ídolos. Eles ensinavam
que o sexo antes e fora do casamento não era pecado. Eles acabavam estimulando
a imoralidade. Mas a igreja de Éfeso não tolerou a heresia e odiou as obras dos
Nicolaítas.
· As pessoas hoje
buscam experiência e não a verdade. Elas não querem pensar, querem sentir. Elas
não querem doutrina, querem as novidades, as revelações, os sonhos e as visões.
Elas não querem estudar a Palavra, querem escutar testemunhos eletrizantes.
Elas não querem o evangelho da cruz, buscam o evangelho dos milagres. Elas não
querem Deus, querem as bênçãos de Deus.
· Cada culto tem um
tom doutrinário. A igreja não tem mais uma linha. O que determina não é mais a
Palavra, mas o gosto da freguesia. A igreja prega o que dá ibope. A igreja
oferece o que o povo quer ouvir. A igreja está pregando outro evangelho: o
evangelho do descarrego, da quebra de maldições mesmo para os salvos, da
prosperidade material e não da santificação, da libertação e não do
arrependimento.
·
Estamos vendo uma
geração de crentes analfabetos da Bíblia, crentes ingênuos espiritualmente. Há
uma preguiça mental doentia. Os crentes engolem tudo aquilo que lhes é
oferecido em nome de Deus, porque não estudam a Palavra. Crentes que já
deveriam ser mestres, ainda estão como crianças agitadas de um lado para o
outro, ao sabor dos ventos de doutrina. Correm atrás da última novidade. São
ávidos pelo sobrenatural, mas deixam de lado a Palavra do Deus vivo.
· Estamos vendo a
explosão numérica da igreja evangélica no Brasil, mas que igreja, que
evangelho? O que está crescendo não é o evangelho genuíno, mas um misticismo
híbrido, outro evangelho.
2. Era uma
igreja envolvida com a obra de Deus – v. 2
·
Os crentes eram
engajados e não meramente expectadores. A congregação se envolvia, não era
apenas um auditório. Por meio dela o evangelho espalhou-se por toda a Ásia
Menor.
·
Jesus pode dizer
o mesmo a nosso respeito? Temos sido uma igreja operosa? Você tem sido um ramo
frutífero da Videira Verdadeira? Você tem sido um membro dinâmico do Corpo?
3. Era uma
igreja perseverante nas tribulações – v. 2-3
· Ser crente em
Éfeso não era fácil. Lá ficava um dos maiores centros do culto ao imperador.
Muitos crentes estavam sendo perseguidos e até mortos por não se dobrarem
diante de César. Outros estavam sendo perseguidos por não adorar a deusa Diana.
Outros estavam sendo seduzidos a cair nos falsos ensinos dos falsos apóstolos.
Mas eles permaneciam firmes na fé sem desanimar.
·
Hoje muitos
crentes querem a coroa sem a cruz. Querem a riqueza sem o trabalho. Querem a
salvação sem conversão. Querem as bênçãos de Deus sem o Deus das bênçãos.
·
A igreja atual
está perdendo a capacidade de sofrer pelo evangelho. Prefere ser reconhecida
pelo mundo do que conhecida no céu. Perdeu a capacidade de denunciar o pecado.
Esquemas de corrupção já estão se infiltrando dentro das igrejas. Já temos
igrejas empresas. A igreja está se transformando em negócio familiar. O púlpito
está se transformando num balcão, o evangelho num produto e os crentes em
consumidores. Pastores com ares de super-espirituais já não aceitam ser
questionados. Estão acima do bem e do mal. Estão acima dos outros e até da
verdade. Consideram-se os “ungidos”. Dizem ouvir a voz direta de Deus. Nem
precisam mais das Escrituras. E o povo lhes segue cegamente para a sua própria
destruição.
III. A EXORTAÇÃO
- O ESFRIAMENTO DO SEU AMOR – V. 41. Abandonar o primeiro amor é substituir o amor a Jesus pelo trabalho – v. 4
·
A luta pela
ortodoxia, o intenso trabalho e as perseguições levaram a igreja de Éfeso à
aridez.
·
A Igreja
abandonou o seu primeiro amor. Jesus está mais interessado em nós do que em
nosso trabalho. O trabalho de Deus não pode tomar o lugar de Deus na nossa
vida. Deus está mais interessado em relacionamento com Ele do que em trabalho
para ele.
2. Abandonar o primeiro
amor é substituir o amor por Jesus pelo zelo religioso
·
Defendemos nossa
teologia, nossa fé, nossas convicções e estamos prontos a sofrer e morrer por
essas convicções, mas não nos deleitamos mais em Deus. Não nos afeiçoamos mais
a Jesus. Já não sentimos mais saudades de estar com ele.
·
O amor esfria
quando conhecemos muito a Deus, mas não desejamos ter comunhão com ele. Falamos
que ele é todo-poderoso, mas o desafiamos com nossa rebeldia. Falamos que ele é
amável, mas não temos prazer em falar com ele em oração.
· O amor esfriando
dá origem a crentes fiéis, mas sem amor. Crentes ortodoxos, mas secos como um
poste. Crentes que conhecem a Bíblia, mas perderam o encanto com Jesus. Crentes
que sabem teologia, mas a verdade já não mais os comove. Crentes que trabalham
à exaustão, mas não contemplam o Senhor na beleza da sua santidade. Sofrem pelo
evangelho, mas não se deleitam no Evangelho. Combatem a heresia, mas não se
deliciam na verdade.
3. Abandonar
o primeiro amor é olhar para os outros, mas não examinamos a nós mesmos
· A igreja de Éfeso
examinava os outros e era capaz de identificar os falsos ensinos, mas não era
capaz de examinar a si mesma. Tinha doutrina, mas não tinha amor. A igreja
identifica o mal doutrinário nos outros, mas não identifica a frieza do amor em
si mesma. Identifica a heresia nos outros, mas não a frieza do amor em si.
IV. A
INSTRUÇÃO - UM NOVO RECOMEÇO – V. 5,7
1.
Lembra-te, pois de onde caíste – v. 5
·
Não basta saber
que é preciso arrepender-se. É preciso retornar ao ponto do qual nos desviamos.
Retornar para um lugar qualquer só nos levaria para outros descaminhos. A
igreja não está sendo chamada a relembrar o seu pecado. Não está sendo dito:
lembra em que situação caíste, mas de onde caíste.
2.
Arrepende-te – v. 5
· Arrependimento
não é emoção, é decisão. É atitude. Lembrança sem arrependimento é
remorso.Arrepender é mudar a mente, é mudar a direção, é voltar-se para Deus. É
deixar o pecado. É romper com o que está entristecendo o Senhor Jesus.
3. Volta à
prática das primeiras obras – v. 5
·
Ao arrependimento
seguem-se os frutos do arrependimento, ou seja, as primeiras obras. Ninguém se
arrepende de um pecado e o continua praticando.
4. Uma
solene advertência: e, se não, venho a ti a removerei do seu lugar o teu
candeeiro – v. 5· Candeeiro é feito para brilhar. Se ele não brilha, ele é inútil, desnecessário. A igreja não tem luz própria. Ela só reflete a luz de Cristo. Se não brilha está nas trevas. O juízo começa pela Casa de Deus. Antes de julgar o mundo, Jesus julga a igreja.
·
Hoje muitas
igrejas também estão sendo removidas do seu lugar. Há templos se transformando
em museus. Candeeiros que são tirados do seu lugar, porque não têm luz e não
têm luz porque não têm amor.
V. A PROMESSA –
ALIMENTAR-SE DA ÁRVORE DA VIDA, v.7
·
Aos vencedores há
uma promessa: Eles se alimentaram da árvore da vida que se encontra no paraíso
de Deus. A Árvore da Vida fala de vida eterna. Vida eterna é conhecer a Deus e
Deus é amor. O céu só é céu, porque lá é a Casa do Pai, e ele é amor. Lá vamos
desfrutar desse amor pleno e abundante do nosso Senhor.
CONCLUSÃO: Jesus está hoje no nosso meio, andando entre nós. O
que ele está vendo? Que elogios ele faz a esta igreja? Que exortações ele tem
para nós? Quem aqui já perdeu o encanto do primeiro amor? Quem aqui precisa
lembrar-se, arrepender-se e voltar ao Senhor? Que mudanças precisamos fazer? Atenção,
líderes e membros da Igreja Betel: ouçam o que o Espírito diz a esta igreja!
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