CARTAS ÀS SETE IGREJAS (PARTE IV)


CARTA À IGREJA DE TIATIRA

Texto Bíblico: Ap 2.18-29
Tiatira era um grande centro comercial e sede de várias associações comerciais.  Estas associações tinham fins tanto de mútua proteção e benefício como de tipo social e recreativo. Seria quase impossível ser comerciante em Tiatira sem fazer parte desses grupos. Mas cada associação adorava uma entidade maligna. Nas reuniões dos sócios, havia banquetes com comida sacrificada aos ídolos e essas festas acabavam cheias de perversão e imoralidade. Qual é a posição do cristão: se sai da associação perde sua posição, reputação e lucro financeiro; se permanece nessas festas nega a Jesus. Nessa situação, a profetisa Jezabel fingiu saber a solução. Segundo ela, para vencer a Satanás é preciso conhecer as profundezas de Satanás. Para ela, não se pode vencer o pecado sem conhecê-lo profundamente pela experiência. Vamos observar como Jesus vê essa igreja e aplicar essas lições para a Igreja Betel hoje.
 I.O ELOGIO - V. 18-19

 1. Jesus se apresenta como aquele que conhece profundamente a igreja – v. 18,23

      ·   Ele conhece as obras da igreja (2:19). Seus olhos são como chama de fogo (2:18). Ele vê tudo, conhece tudo e sonda a todos. Nada escapa ao seu conhecimento. Ele conhece também as intenções (2:23). Havia muitas práticas vis que estavam sendo toleradas secretamente dentro da igreja. Mas ninguém pode esconder-se do olhar penetrante e onisciente de Jesus. Ele esquadrinha o coração e os pensamentos. No dia do juízo, ele vai julgar o segredo do coração dos homens.

2. Jesus se apresenta como aquele que distingue dentro da igreja as pessoas fiéis e as infiéis – v. 24

     ·  Numa mesma comunidade havia três grupos: os que eram fiéis (2:24), os que estavam tolerando o pecado (2:20) e os que estavam vivendo no pecado (2:20-22). Jesus sabe distinguir uns dos outros. Numa mesma igreja há gente salva e gente perdida. Há joio e trigo; ovelhas e bodes.

3. Jesus se apresenta como aquele que reconhece e elogia as marcas positivas da igreja – v. 19

     ·   A igreja era operosa, tinha amor, tinha fé, era perseverante e estava em franco progresso espiritual.

 II. A EXORTAÇÃO – O PROBLEMA DAS PROFECIAS FALSAS – V. 20

 1. Antes de Jesus reprovar a falsa profetisa, Jesus reprova a igreja – v. 20

       ·   Tiatira estava crescendo (2:19). Por isso, Satanás procura corromper o seu interior, em vez de atacá-la de fora para dentro.

      ·  Jesus reprova a igreja por ser tolerante com o falso ensino e com a falsa moralidade. Tiatira tolerava uma falsa profetisa, chamada Jezabel. Essa mulher estava exercendo uma influência tão nefasta na igreja como Jezabel tinha exercido em Israel. Foi Jezabel quem introduziu em Israel o culto pagão a baal e misturou religião com prostituição. Ela não só perseguiu os profetas de Deus, mas também promoveu o paganismo.

     ·  A segunda Jezabel estava induzindo os servos de Deus ao pecado. Pregava que os pecados da carne podiam ser livremente tolerados. A tolerância da igreja com o falso ensino provoca a ira de Jesus. A igreja abriu as portas para essa mulher. Ela subia ao púlpito da igreja. Ela exercia a docência na igreja. Ela induzia os crentes ao pecado. A igreja não tinha pulso para desmascará-la e enfrentá-la. Aqui não é o lobo que veio de fora, mas o lobo que estava enrustido dentro da igreja.

     ·  Jezabel estava ensinando à igreja que a maneira de vencer o pecado era conhecer as cousas profundas de Satanás (2:23). Ela ensinava que os crentes deviam participar dos banquetes das associações, comer carnes sacrificadas aos ídolos bem como participar das festas imorais. Ela ensinava que os crentes deviam defender seus interesses materiais a todo custo. O argumento dela é que para vencer a Satanás é preciso conhecê-lo e que o pecado jamais será vencido a menos que você tenha conhecido tudo por meio da experiência. Mas a Bíblia diz que não podemos viver no pecado, nós o que para ele já morremos. Paulo diz, “na malícia... sede crianças (1 Co 14:20) e “que devemos ser símplices para o mal” (Rm 16:19). A proposta de Jezabel era oferecer uma nova versão do Cristianismo, um Cristianismo liberal, sem regras, sem proibições, sem legalismos. Ela queria modificar o Cristianismo para se adaptar à moralidade do mundo. Ela ensinava uma prática ecumênica com o paganismo, como muitas Igrejas fazem hoje trazendo o mundo para dentro de si.

 III. A INSTRUÇÃO – A IGREJA DEVE SE ARREPENDER –V. 21

 1. Antes de Jesus tratar a igreja com juízo, a confronta em misericórdia – v. 21

       ·   Deus é paciente. Ele é longânimo. Ele não tem prazer na morte do ímpio. Ele não quer que nenhum se perca. Ele chama ao arrependimento. Ele dá tempo para que o pecador se arrependa. Cada dia é um tempo de graça, é uma oportunidade de se voltar para Deus. As portas da graça estão abertas. Os braços do perdão estão estendidos.

2. Antes de Jesus tratar a igreja com juízo, a confronta com a disciplina – v. 22

      ·   A disciplina é um ato de amor. Ele está usando todos os recursos para levar o faltoso ao arrependimento.

3. A falta de arrependimento implica necessariamente na aplicação inexorável do juízo – v. 19, 22,23

     ·  Jezabel não quis se arrepender. Ela desprezou o tempo da sua oportunidade. Ela fechou a porta da graça com as suas próprias mãos. Ela calcou aos pés o sangue purificador de Cristo. Ela zombou da paciência de Cordeiro. Agora ela e seus seguidores são castigados com a doença, com grande tribulação e com a morte (2:22-23).

     ·  O juízo contra o pecado será final e completo no dia do juízo. Jesus não apenas tem olhos como de fogo (2:19). Ele não apenas sonda mente e corações (2:23), mas também tem os pés semelhantes ao bronze polido, prontos a esmagar os seus inimigos (2:19). No dia do juízo Cristo colocará todos os seus inimigos debaixo dos seus pés. Naquele dia o Cordeiro estará irado (6:17).

 4. É possível manter-se firme na doutrina mesmo quando outros se desviam – v. 24

 ·   Alguns membros da igreja não apenas tinham tolerado o ensino e as práticas imorais de Jezabel, mas também estavam seguindo os seus ensinos para a sua própria destruição. Porém, havia na igreja, um remanescente fiel (v. 24). Pessoas que permaneceram firmes, mantendo a sã doutrina, agarradas na verdade. Cristo diz que esses de fato são livres. O jugo de Cristo é suave e leve. Os mandamentos de Deus não são penosos. Não são fardos. Ser crente é ser verdadeiramente livre.

5.  É possível manter-se puro na conduta mesmo quando outros se corrompem – v. 24.

      ·   Alguns crentes de Tiatira tinham-se curvado aos ensinos pervertidos de Jezabel e iam aos templos pagãos para comer carne sacrificadas aos ídolos. Também participavam das festas cheias de licenciosidade. Buscavam conhecer as cousas profundas de Satanás. E assim se corromperam moralmente.

     ·   Porém, havia nessa mesma igreja, irmãos que buscavam a santificação. A santidade de vida e de caráter é uma marca da igreja verdadeira. A santidade não é apenas a vontade de Deus, mas seu propósito. Deus nos escolheu para sermos santos. Só os puros de coração verão a Deus. Sem santificação ninguém verá o Senhor. Eles se apartavam do mal e viviam em novidade de vida.

    ·  Se o propósito de Deus é nossa santidade, o propósito de Satanás é frustrar tal propósito. Ele está sempre procurando induzir os crentes a pecar. Ele vai usar o anticristo para esmagar a igreja pela força. Ele vai usar o falso profeta para perverteu o testemunho da igreja pela mal. Mas se não lograr êxito, ele vai seduzir a igreja através da grande Babilônia, esse sedutor sistema do mundo. Se o diabo não pode destruir a igreja por meio da perseguição ou heresia, tentará corrompê-la com o pecado.

 6. É preciso entender que já temos tudo em Cristo para uma vida plena – v. 25

     ·   Um dos grandes enganos de Satanás é induzir os crentes a pensar que precisam buscar novidades para terem uma experiência mais profunda com Deus.

     ·    A verdade de Deus é suficiente. Não precisamos de mais nada. Tudo está feito. O banquete da salvação foi preparado. O que precisamos não é de novidades, de buscar fora das Escrituras coisas novas, mas tomar posse da vida eterna, conhecer o que Deus já nos deu, nos apropriarmos das insondáveis riquezas de Cristo. A provisão de Deus para nós é suficiente para uma vida plena até a volta de Jesus (2:25). Precisamos permanecer firmes e fiéis, conservando essa herança até o fim.

 IV. A RECOMPENSA – V. 26-29

 1.      O vencedor é o que guarda até o fim as obras de Jesus.

      Perseverança é a marca dos santos. Aqueles que se desviam e perecem no pecado são como Judas, filhos da perdição, nunca nasceram de novo.

      2.    O vencedor vai julgar os ímpios e reinar com Cristo.

      Cristo ensina que não adianta ganhar o mundo inteiro e perder a alma. Os santos julgarão o mundo (1 Co 6:2). Em vez de desprezo, teremos uma posição de honra. Vamos reinar com Cristo. Aqueles que perdem a vida por amor a Cristo, encontram a verdadeira vida, mas aqueles que querem ganhar a vida vão perdê-la.

    3.O vencedor não vai conhecer as profundezas de Satanás, mas sim as cousas profundas de Cristo preparadas para a Igreja.

       Os salvos receberão corpos gloriosos que vão brilhar como as estrelas no firmamento, mas também, vão conhecer a Cristo, a estrela da manhã (Ap 22:16), na sua plenitude. Os salvos terão parte não apenas na autoridade de Cristo de governador o mundo, mas também na sua glória. Cristo é a nossa herança, a nossa riqueza, a nossa recompensa. Nos O veremos face a face. Nós O serviremos eternamente. Ele será nosso prazer e deleite para sempre. Cristo é melhor que os banquetes do mundo. Só ele satisfaz nossa alma.
 
Quem tem ouvidos, ouça o que Espírito diz às igrejas” (v. 29). Esta carta não foi apenas para Tiatira, é para a nossa igreja. O Senhor nos guarde dos ídolos e dos falsos profetas. Amém.

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