CARTAS ÀS SETE IGREJAS (PARTE III)

                              CARTA À IGREJA DE PÉRGAMO

Texto Bíblico: Ap 2.12-17
Nesta terceira carta à Igreja de Pérgamo, Cristo mostra que o grande problema de Pérgamo era a linha divisória entre a verdade e a heresia. Como a igreja pode permanecer na verdade sem se misturar com as heresias e com o mundanismo? Como permanecer fiel diante da tática da sedução?  A palavra “pérgamo” significa casado. A igreja precisa lembrar-se que ela está comprometida com Cristo, é a noiva de Cristo e precisa se apresentar como uma esposa santa e pura.  O ponto central dessa carta é alertar a igreja sobre o risco da perigosa mistura do povo de Deus com o engano doutrinário e com a imoralidade do mundo. Vejamos algumas lições para a Igreja Betel hoje.

 I. ELOGIO: APESAR DE ESTAR NUM AMBIENTE SATÂNICO, A IGREJA DE PÉRGAMO NÃO NEGOU A FÉ-v. 13

 1.      O ambiente demoníaco em que estava a Igreja de Pérgamo

 ·  Em Pérgamo havia altares para vários deuses. No topo da Acrópole ficava o famoso templo dedicado a Zeus, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Todos os dias milhares de pessoas prestavam sacrifícios a Zeus.
·   Havia também o culto a Esculápio, o “deus salvador”, o deus serpente das curas. Seu colégio de sacerdotes médicos era famoso. Naquela época mantinha 200 santuários no mundo inteiro. A sede era em Pérgamo, uma famosa escola de medicina. Para ali peregrinavam e convergiam pessoas doentes do mundo inteiro em busca de saúde. A crendice misturava-se com a ciência e, assim, as curas eram atribuídas ao poder de Esculápio.
·   Ficava em Pérgamo o centro asiático do culto ao Imperador. O culto ao imperador era o elemento unificador para a diversidade cultural e política do império.  O imperador encarnava o espírito da deusa Roma. Uma vez por ano, os súditos deviam ir ao templo de César e queimar incenso dizendo: “César é o Senhor”. Fazendo isso, podiam ter qualquer outra religião.
·  Cristo afirma que em Pérgamo estava o trono de Satanás. Ele não apenas habitava na cidade, mas lá estava o seu trono. O trono de Satanás não estava num edifício, como hoje sugerem os defensores do movimento de Batalha Espiritual, mas no sistema da cidade. O trono de Satanás é marcado pela pressão e pela sedução. Onde Satanás reina predomina a cegueira espiritual floresce o misticismo, propaga-se o paganismo, a mentira religiosa bem como a perseguição e a sedução ao povo de Deus.
· Cristo não apenas conhece as obras da igreja e suas tribulações. Mas também conhece a tentação que assedia a igreja, conhece o ambiente que ela vive. Cristo sabe que a igreja está rodeada por uma sociedade não-cristã, com valores mundanos, com heresias nos bombardeando a todo instante.

 
2. Cristo vê uma igreja capaz de enfrentar até a morte por causa dEle – v. 13
· Cristo conhece a lealdade que a igreja lhe dedica. A despeito do poder do culto pagão a Zeus, a Esculápio e ao imperador, os crentes da igreja de Pérgamo só professavam o nome de Jesus. Eles tinham mantido suas próprias convicções teológicas no meio dessa babel religiosa. A perseguição religiosa não os intimidou.
· A igreja suportou provas extremas. Antipas, pastor de Pérgamo, segundo Tertuliano, foi colocado dentro de um boi de bronze e este foi levado ao fogo até ficar vermelho, morrendo o servo de Deus sufocado e queimado. Ele resistiu à apostasia até a morte.

II. A EXORTAÇÃO
1.      O Perigo da Igreja que começa a negociar a verdade – v. 14
  • Como Satanás não logrou êxito contra a igreja usando a perseguição, mudou a sua tática, e usou a sedução. A proposta hoje em dia continua mesma para as Igrejas: não é substituição, mas mistura; não é apostasia aberta, mas ecumenismo.
  • Alguns membros da igreja começaram a abrir a guarda e a ceder diante da sedução do engano religioso. Na igreja havia crentes que permaneciam fiéis, enquanto outros estavam se desviando da verdade. Numa mesma congregação há aqueles que permanecem firmes e aqueles que caem. Há muitas coisas estranhas que acontecem nas Igrejas em nome de Deus que são ações de um espírito de engano. Devemos ter discernimento.
2. O Perigo da Igreja que começa a ceder às pressões do mundo – v. 14

 ·  Balaque contratou Balaão para amaldiçoar a Israel. Balaão prostituiu os seus dons com o objetivo de ganhar dinheiro. O deus de Balaão era o dinheiro. Mas quando ele abria a boca só conseguiu abençoar, pois ninguém pode amaldiçoar o que Deus abençoou. Por ganância, Balaão aconselhou Balaque enfrentar Israel não com um grande exército, mas com prostituição e sensualidade. Ele planejou uma armadilha com maldade e malícia. O plano era maligno: os homens de Israel participariam das festas idólatras e se entregariam à prostituição, se tornariam fracos e vulneráveis e despertariam a ira de Deus.
· O pecado enfraquece a igreja. A igreja só é forte quando é santa. Sempre que a igreja se mistura com o mundo e adota o seu estilo da vida, ela perde o seu poder e sua influência.
· O grande problema da igreja de Pérgamo é que enquanto uns sustentavam a doutrina de Balaão os demais membros da igreja se calaram num silêncio estranho. A infidelidade aninhou-se dentro da igreja com a adesão de uns, e o conformismo dos outros. A igreja tornou-se infiel.

3. O perigo da Igreja que começa a baixar o seu nível moral – v. 15

 · Eles ensinavam que a liberdade de Cristo é a liberdade para o pecado. Diziam: Não estamos mais debaixo da tutela da lei. Estamos livres para viver sem freios, sem imposições, sem regras. Esse simulacro da verdade era para transformar a graça em licença para a imoralidade, a liberdade em licenciosidade.
 
Os nicolaítas ensinavam que o crente não precisa ser diferente. Quanto mais ele pecar maior será a graça. Quanto mais ele se entregar aos apetites da carne, maior será a oportunidade do perdão. Eles faziam apologia ao pecado. Eles defendiam que os crentes precisam ser iguais aos pagãos. Eles deviam se conformar com o mundo.

 ·  Precisamos apagar da nossa mente a caricatura medieval de Satanás. Ele não é aquela figura de chifres, cascos e de rabo. A Bíblia diz que ele um ser espiritual inteligente, poderoso e inescrupuloso. Jesus o chamou de príncipe deste mundo. Paulo o chamou de príncipe da potestade do ar. Ele tem um trono e um reino e sob seu comando está um exército de espíritos malignos que são identificados nas Escrituras como “os dominadores deste mundo tenebroso” e “forças espirituais do mal nas regiões celestes”.
III. A INSTRUÇÃO– V. 12,16

 1. Jesus exortou os faltosos ao arrependimento – v. 16

 · A igreja precisava expurgar aquele pecado de tolerância com o erro doutrinário e com a libertinagem moral. A igreja precisava arrepender-se do seu desvio doutrinário e do seu desvio de conduta. Verdade e vida precisam ser pautadas pela Palavra de Deus. Embora o juízo caia sobre os que se desviam, a igreja toda é disciplinada e envergonhada por isso. O pecado da igreja de Pérgamo era a tolerância com o erro e com o pecado.

 2. Jesus sentenciou os impenitentes ao juízo

 ·  A falta de arrependimento acarreta em juízo. Jesus virá em juízo condenatório contra todos aqueles que permanecem impenitentes e contra aqueles que se desviam da verdade. Antipas morreu pela espada dos romanos. Mas quem tem a verdadeira espada é Jesus. Ele derrotará os seus inimigos com esta poderosa arma. A espada da sua boca é a sua arma que destrói seus inimigos. Essa é a única arma que Jesus usará na sua segunda vinda. Com ela ele matará o anticristo e também destruirá os rebeldes e apóstatas.

     · A mensagem da verdade se tornará a mensagem do julgamento. Deus nos fará responsáveis por nossa atitude em face da verdade que conhecemos. Jesus disse que a sua própria palavra é que condenará o ímpio do dia do juízo (Jo 12:47-48).
IV. A PROMESSA – V. 17

 1. Os vencedores comerão do maná escondido – v. 17. Receber o maná escondido significa desfrutar das bênçãos de Deus. O maná escondido refere-se ao banquete permanente que teremos no céu. O maná era o pão de Deus. Jesus é o pão da vida que veio de Deus.
2. Os vencedores receberão uma pedrinha branca. Esta pedrinha era usada nos tribunais para veredito dos jurados. A sentença de absolvição correspondia a uma maioria de pedras brancas e a de condenação a uma maioria de pedras pretas. O cristão é declarado justo, inocente, sem culpa diante do Trono de Deus. Era, também, usada como bilhete de entrada em festivais públicos. A pedrinha branca é símbolo da nossa admissão no céu, na festa das bodas do Cordeiro.
3. Os vencedores receberão um novo nome.  O novo nome quem nos dará é o Senhor. É algo novo que ninguém conhece somente Ele e nós que receberemos dele.

 "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas”. SOLI DEO GLORIA.

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