ESTUDO:“Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, nem orvalho nem chuva haverá nestes anos segundo a minha palavra”:LIÇÕES DO MINISTÉRIO DO PROFETA ELIAS


Texto Bíblico: I R 17; Ml 4.5; Mt 11.14

INTRODUÇÃO: A importância do ministério profético de Elias vai além da sua época e além de Israel conforme o texto bíblico (1 Rs 17 a 2 Rs 2) que contém a sua história. Há várias características totalmente singulares neste homem. Ele nos é apresentado sem introdução alguma a respeito do seu passado e preparação. A expressão comum aos relatos proféticos, “E veio a palavra do Senhor a...” não se aplica a Elias. Ele decreta uma seca pela sua própria palavra (1 Rs 17:1). Claramente Ele é um profeta consciente de que sua palavra e a Palavra de Deus são inseparáveis; Para Elias profetizar é algo que só pode vir do Próprio Deus.
I. VOCAÇÃO E UNÇÃO
1) Malaquias se refere a Elias como precursor do Senhor (Ml 4:5), e Jesus disse que João Batista, a quem ele chamou de maior entre os homens, era “Elias que estava para vir” (Mt 11:14). Elias representa todo o corpo profético quando aparece com Moisés junto a Cristo na sua transfiguração (Mt 17:3). As características de Elias são um testemunho profético permanente. Elias permanece como figura dos profetas de Deus de todas as gerações, e especialmente dos tempos de restauração designados a inaugurar o governo de Deus na terra. Ele é também claramente uma figura da companhia remanescente do tempo do fim que há de realizar esse avivamento e vitória.
2.Elias tinha uma convicção inabalável que Deus vive. Esta convicção era baseada, não em teoria teológicas, mas em experiência pessoal. Desta forma, ele encarna a realidade do Deus vivo no seu próprio ser, e comunica esta realidade ao povo de Deus. Mesmo na hora do seu desespero pessoal, Deus chegou a ele de forma palpável, e não lhe permitiu escapar dessa realidade fundamental (1 Rs 19:10-12). A realidade de Deus é a marca registrada do profeta.
3.Trazer o Deus vivo ao seu povo é a essência da vocação profética. Em virtude desta consciência da existência de Deus, Elias estava “perante a sua face”, isto é, deliberadamente o servia e vivia constantemente na sua presença. Ele estava à disposição de Deus em todo o tempo; o propósito da sua vida era fazer a vontade de Deus. Conseqüentemente, havia uma maior comunhão com Deus, e Deus orientava sua vida detalhe por detalhe (1 Rs 17:3,4). Deus supria suas necessidades e providenciava recursos sobrenaturais para a sua vida (1 Rs 17:5, 6).
4.Como Elias, o profeta deve experimentar a direção e a provisão de Deus enquanto o serve. Deve desenvolver uma dependência consciente de Deus em todos os aspectos da vida. Conhecerá épocas de solidão com Deus, e ao mesmo tempo estas épocas operarão nele grande poder para ação. É talvez o clímax da vocação profética chegar ao lugar onde não há distinção entre a palavra de Deus e a do profeta.


II. AUTORIDADE E FÉ:
1) Uma experiência plena com a palavra de Deus e uma subordinação a ela. A palavra de Deus vem ao profeta (1 Rs 17:2). Ele realmente ouve de Deus e não confia nos substitutos da sabedoria, experiência, treinamento ou conhecimento. Ele não “prepara uma palavra”, mas ele tem a palavra de Deus. Isso é absolutamente fundamental, pois se baseia na própria natureza de Deus e é essencial ao cumprimento do seu propósito. Deus cria pela Sua palavra. Tudo que vemos é Deus se expressando (Gn 1). Ele criou o homem como o aspecto mais alto desta expressão de Si mesmo, na sua própria forma de aparência (Gn 1:26). O homem foi designado a viver pela contínua auto-expressão de Deus (Mt 4:4), da mesma forma que a criação é sustentada por ela (Hb 1:3).
2)Viver ouvindo e obedecendo à palavra de Deus é o contrário de independência e pecado. É o contrário de planejar seu próprio curso confiando num discernimento pessoal do bem e do mal. Se o profeta não ouvir a voz de Deus (1Rs 19:12), ele não será profeta de Deus, não importa que outras manifestações ele venha experimentar. O profeta não é um clarividente, pois o futuro ainda não aconteceu. Ao contrario, ele declara a palavra de Deus e desta forma molda e forma o futuro. O tempo não é uma ilusão – é um fator real. Ao anunciar a seca (e a fome conseqüente), Elias falava do seu espírito, sem referir-se a expectativas ou possibilidades naturais. Suas possibilidades eram as possibilidades de Deus, a sua visão era a visão de Deus. A base deste anúncio era a comunhão com Deus que já mencionei (Tg 5:17). Desta forma, o profeta vai além do evidente. Ele não aceita as circunstâncias como inevitáveis ou inalteráveis, mas vê acima delas à vontade de Deus. Como no caso do filho morto da viúva, Elias sabe que as circunstâncias podem ser transformadas e alteradas, por mais impossível que pareçam (1 Rs 17:17).
3) Uma perseverança inabalável. Às vezes, pode ser necessário o profeta buscar a Deus repetidas vezes para ver mudança de eventos (1 Rs 17:21). Estes não irão necessariamente mudar de maneira automática na sua presença, mas ele terá que ativamente produzir a mudança. Sabendo o que Deus deseja, ele traz o poder Dele para agir na situação. Pelos resultados obtidos, seu ministério é reconhecido como sendo válido (1 Rs 17:24). A verdadeira prova de um profeta é se sua palavra se cumpre (Dt 18:18-22), isto é, se ela criativamente molda o futuro. A prova não é a capacidade de prever, mas o poder para produzir resultados. A palavra de Deus é acontecimento; “Haja... e houve”.
4)Por ver o invisível, e discernir a atividade e a intenção de Deus, o profeta anuncia, pela fé antes do acontecimento (1 Rs 18:41). Ele faz acontecer na terra aquilo que viu no invisível (1 Rs 18:42-46). Assim como a palavra de Deus trouxe à existência a criação material, tirando-a do nível invisível (Hb 1:3), assim o profeta traz mais do céu para a terra. Seu objetivo é ver a vontade de Deus feita na terra assim como é feita no céu. Essas são as características básicas de Elias e conseqüentemente dos profetas e povo profético envolvidos no seu ministério de avivamento. Mas há muitas outras lições a serem aprendidas com Elias. Ele é um exemplo muito claro de liderança profética. Ele exigia correspondência a si daqueles que estavam ao seu redor, a realidade do efeito da sua palavra e a libertação resultante (1 Rs 17:13, 14).
III. MINISTÉRIO E VIDA
1)O profeta freqüentemente precisa afirmar a necessidade de ser atendido antes de cuidar dos planos, idéias, desejos e necessidades pessoais dos outros. Mas ele sabe que Deus, então, irá prover para aqueles que ouvem,honram e servem ao seu porta-voz. Embora conclame o povo à total fidelidade ao Senhor (1Rs 18:21), ele não tem receio de chamar o povo para aproximar-se de si mesmo para ouvir o que Deus tem para dizer (1 Rs 18:30). Isso faz nos lembrar das palavras de Paulo: “Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo” (1 Co 11:1).
2)Em tudo isso, A RAZÃO DO SEU MINISTÉRIO é que Deus seja conhecido, e que ele seja reconhecido simplesmente como o servo de Deus, como alguém que agiu conforme o mandamento de Deus (1 Rs 18:36). Por personificar e exemplificar a liderança que Deus deseja, ele entra em conflito e confrontação com a liderança falha ou falsa do povo de Deus (1 Rs 18:17 ; 2 Rs 1:3).
3)Ele trabalha com líderes, nutrindo e instruindo-os. Sabe que a função executiva na igreja pertence a Deus, e que Deus a expressa através dos seus profetas (Am 3:7). A profunda preocupação do seu coração é pelo povo de Deus, pois para ele a sua função é restaurá-lo e libertá-lo (1 Rs 18:31). Ele traz a palpável presença de Deus para eles (1 Rs 18:22-24), e dirige-os na erradicação da religião falsa (1 Rs 18:40) e da idolatria. Convoca o povo ao arrependimento e a confissão de pecados. Ele não está acima da experiência de ver a pressão das circunstâncias abrir o caminho para a direção de Deus ( 1 Rs 17:7,8 ).
4)Ao perder sua perspectiva (1 Rs 19:10), ele experimenta a persistência de Deus em acompanhá-lo através da sua fraqueza e desespero (1 Rs 19:5-8). Até mesmo a maneira como Deus o liberta é profética (pois cada detalhe da sua vida serve para exemplificar a vontade de Deus). Os quarenta dias foram preparatórios para a sua chegada na “caverna”. No fim, Deus restaurou a sua perspectiva e percepção. Capacitou o seu profeta para ver as coisas como realmente são (1 Rs 19:18). Elias (como figura do remanescente profético de Apocalipse 11) foi capacitado para tratar eficazmente com todas as tentativas de findar o seu ministério ( 2 Rs 1:9-12 ).
5)O profeta carrega uma certeza da unção e proteção de Deus, do seu destino divinamente concedido, e de todo o equipamento necessário para cumpri-lo. Mas o tempo se cumpriu no momento exato, e Elias foi orientado sobre o seu sucessor ( 1 Rs 19:16; 19:19-21 ). Muita ênfase precisa ser dada ao comissionamento, discipulado e treinamento de outros, como ocorreu na retirada de Elias e na escolha de Eliseu (2 Rs 2). A vontade de Deus é um dinamismo contínuo, a revelação progressiva de algo maior ainda, até que surja a geração que consumará os seus propósitos.
Conclusão: Precisamos de um ministério profético “no espírito do Profeta Elias” ministério que profetize a Palavra e a Vontade de Deus, e Seu juízo iminente (Ap 11:3). Devemos crer que Deus está agora (mais uma vez) enviando o profeta Elias antes do seu grande e terrível dia. Que esta geração de profetas BETEL realize a vontade de Deus. Que o propósito de Deus, conforme revelado em Elias seja cumprido através de nossas vidas, porque HÁ PROFETAS EM BETEL!
SOLI DEO GLORIA







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