ESTUDO BÍBLICO


“... SERÁS EXPULSO DE ENTRE OS HOMENS, E A TUA MORADA SERÁ COM OS ANIMAIS DO CAMPO... ATÉ QUE CONHEÇAS QUE O ALTÍSSIMO TEM DOMÍNIO SOBRE O REINO DOS HOMENS”:

LIÇÕES DA HISTÓRIA DO REI NABUCODONOSOR


Texto Bíblico: Dn 4


Introdução: O Rei Nabucodonosor representa o reino mais poderoso da terra em oposição ao governo do Deus Altíssimo. A narrativa do Profeta Daniel sobre a soberba deste Rei e a ação de Deus para salvá-lo, revelam, com muita clareza, a Soberania do Senhor e seu controle sobre os atos que praticamos. Deus governa a ação humana para a sua glória. Nos primeiros quatro capítulos de Daniel, vemos a ação de Deus pela vida de Nabucodonosor e a prova inconteste de que ninguém pode resistir ao Todo-poderoso. Além de relatar a dramática conversão do arrogante monarca, o texto em questão deixa claro que o propósito da humilhação de Nabucodonosor e sua loucura era o de compeli-lo a reconhecer a soberania de Deus. Ainda hoje encontramos, dentro e fora da Igreja, pessoas com o mesmo espírito arrogante e soberbo deste Rei. Aqueles a quem o Senhor escolheu, estes serão mudados pela Graça. Gostaria de trazer para nossa edificação, as profundas lições que o Espírito Santo quer nos ensinar com tão tremenda história.

I. A AÇÃO MISERICORDIOSA DE DEUS

1. Colocou pessoas crentes na sua companhia (Cap 1). Daniel e seus três amigos conviviam com o Rei. Jovens crentes, fiéis, inteligentes, cheios da graça de Deus. Mas o convívio com pessoas crentes, por si só, não converte ninguém, ainda que sejam crentes como aqueles eram.

2. Mostrou para ele que só o Reino de Deus é eterno (Cap 2).Mesmo assim, Nabucodonosor permaneceu ímpio. Ficou atribulado, furioso, sem compaixão. Irado com os sábios que não conseguiam decifrar seu sonho, mandou matá-los. Só um homem sem Deus pode agir assim. Daniel falou-lhe do Reino de Deus que viria e que jamais seria destruído. Nabucodonosor foi levado a contemplar a ruína de sua religião e a confessar que Deus é o Deus dos deuses (2.47). Ele ficou impressionado e reconheceu que Deus existe. Mas o que disse não era sincero nem verdadeiro e logo (cap 3), ele se esqueceu de sua confissão. Quantas pessoas confessam da boca para fora e sequer vivem a confissão de fé no Senhor Deus. Não basta crer, é preciso viver; não basta freqüentar a Igreja, é preciso ser membro do corpo de Cristo.

3. Mostrou para ele que só Deus liberta (Cap 3). Nabucodonosor fez uma estátua representando ele mesmo, e ordenou que deveria ser adorada. Perdeu sua convicção anterior que Deus é o Deus dos deuses. Agiu em direta contradição às verdades que recentemente confessara. As palavras de sua boca não alcançaram seu coração. Mas isso acontece muito ainda hoje. Muita gente fica impressionada com o poder de Cristo. A verdade as cativa e as entusiasma. Ficam inquietas com o que ouvem. Mas não dão lugar ao Evangelho. Esta era a condição de Nabucodonosor. Sua fúria de um homem soberbo e despeitado levou-o a jogar os três jovens na fornalha acesa. Ele teve o testemunho de fidelidade dos 3 jovens. Ele teve a visão do Filho de Deus pré-encarnado (o 4º homem). Ele mais uma vez confessou que não há Deus que liberta como o Deus daqueles jovens. Mas o Deus daqueles jovens valentes na fé ainda não era o Deus pessoal do Rei. Hoje para muitos, Deus é o Deus da esposa, dos pais, dos filhos, dos amigos, mas não é o Deus pessoal. Muitos conhecem a verdade e até dizem crer que Deus livra, salva, liberta, mas ainda não estão comprometidos com Ele. É o que sempre digo pra vocês: é preciso que Deus se revele à pessoa, de outra forma não tem como vir a Cristo.

4. Deus continuou insistindo, insistindo, insistindo de novo. Mas o coração do rei não estava aberto para Deus. No capítulo 4, Deus instou mais uma vez. A graça de Deus é soberana. Vendo que Nabucodonozor resistia apesar de toda a estratégia divina, Deus resolveu, por amor àquela vida, destruir todas as resistências do rei. Da ação regular que parecia não surtir efeito, o Senhor Todo-poderoso resolveu intervir de forma sobrenatural e direta. Nabucodonosor precisava saber que a Deus ninguém pode resistir. Muitas pessoas a quem amamos também sofrerão uma intervenção drástica de Deus por amor.

II. A REVELAÇÃO

1. O sonho, v. 10-16. Mais uma vez vemos que o propósito de Deus não pode ser frustrado. Em sonhos, Deus revela ao próprio Nabucodonosor o que lhe vai acontecer com todas as riquezas de detalhes. Quem pode frustrar ou impedir a ação de Deus? Ninguém!Ele, no entanto, presa e vítima do orgulho, da soberba e da arrogância não consegue compreender.

2.A interpretação do sonho, v. 19-27. Ao profeta Daniel deu o Senhor a Palavra do Conhecimento, Sabedoria e Entendimento de todas as visões e sonhos (cap1. 17).Ao interpretar o sonho, Daniel revela ao Rei que o Senhor iria destruí-lo por causa da arrogância. A ordem para “cortar a árvore” parte do próprio Criador. Mais que uma ordem, humilhar Nabucodonosor é um decreto do Céu para que Deus realmente lhe seja revelado. Além de interpretar o sonho, Daniel aconselha o Rei a que se quebrante diante do Senhor.

3. O cumprimento do sonho, v. 28-33.Não demorou muito para que o sonho de cumprisse. A sentença, tal como no sonho, vem do céu: “Já passou de ti o teu Reino”.

III. A MISERICÓRDIA DO SENHOR APESAR DO SEU JUÍZO

1. Longanimidade, (v. 29).Deus não derrama seu juízo antes de chamar ao arrependimento. Deus deu 12 meses para Nabucodonosor se arrepender. Deus tem falado a tantas pessoas. Ele não quer que ninguém pereça. Ele tem dado muitas oportunidades. Noé pregou durante 120 anos. Sodoma teve o testemunho de Ló que afligia a sua alma ali. Jerusalém antes de ser levada cativa ouviu o brado dos profetas que a convocou ao arrependimento. Deus está dando mais uma chance a muitas pessoas que dizem crer em nEle, mas que vivem pretensiosamente como Nabucodonosor.

2. Descaso (v.29). Feliz e calmo Nabucodonosor passeava pelo palácio a despeito do solene aviso de Deus. Se muitas pessoas pudessem perceber o perigo que se encontra a sua alma, cairiam com o rosto em terra e gritariam por socorro. O inferno está com a boca aberta. Os demônios estão arrastando muita gente levando-as à perdição. Os tempos trabalhosos são de emergência e não de festas. Ele exaltou-se a si mesmo (v. 30). A prosperidade não é segurança contra a adversidade.Babilônia era a cidade mais rica e poderosa do mundo, estava cheia de prédios, palácios e templos. Um reino glorioso e extenso. Mas as nações são para Deus como um pingo, com o pó, como vácuo, como nada. Babilônia cairia, como a História comprova que caiu. Só o Reino de Deus é eterno.

3. A humilhação do Rei (v. 31-33). Quando o homem não escuta a voz da graça, ouve a trombeta do juízo. Deus abriu para Nabucodonosor a porta da esperança e do arrependimento. Ele não entrou, então Deus o empurrou para o corredor do juízo. Deus o humilhou. Mas na sua ira, Deus lembrou-se da sua misericórdia e o poupou. Porque apesar de todas as coisas ruins que Nabucodonosor fazia, Deus o havia escolhido e o amava.

IV. O QUEBRANTAMENTO

1. Veio do céu (v. 31). O poder e a prosperidade sem o temor de Deus destrói. O orgulho é algo abominável para Deus. Deus resiste ao soberbo.
2. Veio de forma repentina, (v. 31,33). A paciência de Deus tem limite. O cálice da ira de Deus se enche.
3. Foi terrível, (v. 32,33).O rei ficou louco. Deus o fez descer ao fundo do poço. Deus tirou o seu entendimento. Deu-lhe um coração de animal. Seu cabelo cresceu como penas de águia. Suas unhas cresceram como as das aves. Vivia como animal no campo, comendo capim, pastando no meio dos bois. Sua doença era chamada de Insânia Zoantrópica, Licantropia ou Boantropia (significa considerar-se um animal ou agir como animal). Deus colocou o homem mais poderoso do mundo no meio dos bois e golpeou seu orgulho para levá-lo à conversão. Nabucodonosor virou bicho. Mas o Senhor o amava.


4. Foi irremediável (v. 32,33). Ninguém pode ajudá-lo, mesmo ele sendo o homem mais rico e mais poderoso da terra. Quem pode tirar alguém das mãos do Senhor?

5. Foi proposital (v. 27 a), Não era vingança, mas sim um meio para o arrependimento. Deus o mandou comer capim, para não mandar para o inferno. Essa é a eleição da graça, que leva o homem ao fundo do poço e depois o tira de lá. Deus se importou com Nabucodonozor, mas não fez o mesmo com BELSAZAR que foi condenado inapelavelmente, nem com. HERODES, que por não dar glória a Deus foi comigo de vermes. O Deus que fere é o Deus que cura. O que humilha, é o que exalta.


4. Foi por causa da eleição (v. 34-37).O homem precisa ser confrontado com o seu pecado, precisa saber que está perdido, precisa ir ao pó e reconhecer sua indignidade. O Rei Nabucodonosor, humilhado e arrasado, finalmente olha para o céu, para cima (v. 34) Agora verdadeiramente ele começa, no mais profundo do seu coração a reconhecer que há um Deus nos céus que governa o mundo, a vida e as pessoas.

Conclusão: Se Deus se revelou a Nabucodonosor e ele se converteu, podemos crer que não há conversões impossíveis para Deus. Creia na conversão do ateu, do feiticeiro, do idólatra, do viciado, da prostituta, do drogado, do assassino, do presidiário, do político, do universitário, do patrão, do seu cônjuge, do seu filho, dos seus pais. Vamos crer e evangelizar porque o Deus que salva está no trono! Muitos ainda não se converteram porque, como Nabucodonosor, precisam estar suficientemente quebrantados. Quem pode resistir ao Senhor quando a escolha e a eleição é dEle? Saulo de Tarso só se converteu quando Jesus o jogou no chão e ele cego, humilde se voltou para o céu, quebrantado. A partir daí abraçou a cruz e viveu em função daquele que é Soberano além de Criador e Sustentador de todas as coisas. Quem reluta em se prostrar, ou vai ser quebrado ou vai perecer eternamente. Deus pode quebrar alguém sem que haja cura, Pv 29.1 Vamos erguer os olhos ao céu enquanto é tempo. Longe de cada um de nós a soberba, a arrogância e o orgulho. Vamos reconhecer a soberania de Deus em todos os segmentos das nossas vidas e ter a certeza que seus decretos e desígnios são eternos e imutáveis. Além do mais, Ele é Deus longânimo e misericordioso. Aqueles que pertencem ao Todo-poderoso não se perderão jamais. Ao Senhor Deus seja a honra, a glória, o poder e a majestade pelos séculos dos séculos. Amém.

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