ESTUDO:CARTAS ÀS SETE IGREJAS:(Parte VII - FINAL)


CARTA À IGREJA DE LAODICÉIA

 Texto Bíblico: Ap 3.14-22

 INTRODUÇÃO: De todas as cartas às igrejas da Ásia, esta é a mais severa. Jesus não faz nenhum elogio à igreja de Laodicéia. Em vez de transformar a cidade, a igreja tinha se conformado à cidade. Laodicéia era a cidade da transigência e a igreja tornou-se também uma igreja transigente. Os crentes eram frouxos, sem entusiasmo, débeis de caráter, sempre comprometidos com o mundo, descuidados. Eles estavam satisfeitos com sua vida espiritual ainda que hipócrita. A igreja de Laodicéia é a igreja popular, satisfeita com a sua prosperidade, orgulhosa de seus membros ricos. A religião deles era apenas uma simulação. Não pode haver evangelho sem a cruz.Vejamos o que podemos aprender com o que Jesus diz a esta Igreja tão comum hoje em dia.

I. CRISTO IDENTIFICA O PROBLEMA DA IGREJA
1. Jesus identificou a falta de fervor espiritual da igreja – v. 15
·         O problema da igreja de Laodicéia era a falta de fervor espiritual. A vida espiritual da igreja era morna, indefinível, apática, indiferente e nauseante. A igreja era acomodada. O problema da igreja não era heresia, mas apatia.
·         Muitos crentes fogem do fervor com medo do fanatismo. Mas fervor não é o mesmo que fanatismo. Fanatismo é um fervor irracional e estúpido. É um entrechoque do coração com a mente. 
·         Muitos outros têm medo do entusiasmo. Mas entusiasmo é parte essencial do Cristianismo. Não podemos ter medo das emoções, mas do emocionalismo.

2. Jesus identificou que um crente morno é pior do que um incrédulo frio – v. 15
·         É melhor ser frio do que morno. É mais honroso ser um ateu declarado do que ser um membro incrédulo de uma igreja evangélica. Alguém que nunca fez profissão de fé e tem a consciência de sua completa falta de vida moral é muito mais fácil de ser ajudado que algum outro que se julga cristão, mas não tem verdadeira vida espiritual.
·         Uma pessoa morna é aquela em que há um contraste entre o que diz e o que pensa ser, de um lado, e o que ela realmente é, de outro. Ser morno é ser cego à sua verdadeira condição.
 3. Jesus identificou que a autoconfiança da igreja era absolutamente falsa – v. 17
·         Auto-engano (v. 17) – Laodicéia se considerava rica e era pobre. Muitos no dia do juízo vão estar enganados (Mt 7:21-23). A igreja era morna devido à ilusão que alimentava a respeito de si mesma. Uma Igreja que trazia as coisas do mundo para dentro de si.
·         Auto-satisfação (v. 17) – A igreja disse: “Não preciso de coisa alguma”. A igreja de Laodicéia era morna em seu amor a Cristo, mas amava o dinheiro. O amor ao dinheiro traz uma falsa segurança e uma falsa auto-satisfação. A igreja não tinha consciência de sua condição. Estava orgulhosa do seu ouro, roupas e visão. Mas era pobre, nua e cega.

  4. Jesus identificou uma Igreja que pregava riqueza e prosperidade nesta vida

 ·         A congregação de Laodicéia tinha muitos crentes presunçosos. Eles diziam: Estou rico e abastado e não preciso de cousa alguma. Os crentes eram ricos. Freqüentavam as altas rodas da sociedade. Eram influentes na cidade. A cidade era um poderoso centro médico, bancário e comercial.
·         O orgulho de Laodicéia era contagioso. O espírito de complacência insinuou-se na igreja e corrompeu-a. Os membros da igreja tornaram-se convencidos e vaidosos. Só era considerado abençoado quem tivesse muito dinheiro.
·         Eles achavam que estavam indo maravilhosamente bem em sua vida religiosa. Mas Cristo teve de acusá-los de cegos , mendigos  e nus. São mendigos porque não têm como comprar o perdão de seus pecados. São nus porque não tem roupas adequadas para se apresentarem diante de Deus. São cegos porque não conseguem enxergar a sua pobreza espiritual.
 5. Um crente morno em vez de ser o prazer de Cristo lhe provoca náuseas – v. 16
·         A igreja de Laodicéia era de Cristo, mas em vez de dar alegria a Cristo estava provocando náuseas nele. Uma religião morna provoca náuseas. Quando perdemos nossa paixão, nosso fervor, nosso entusiasmo, provocamos dor em nosso Senhor, náuseas no nosso Salvador. Cristo repudiará totalmente aqueles cuja ligação com ele é puramente nominal e superficial.  A igreja perdeu o tempo da sua oportunidade. E a Betel ?
II. A EXORTAÇÃO
1.      Cristo se apresenta à igreja como um mercador espiritual – v. 18
 ·         A igreja julgava-se auto-suficiente, mas os crentes deveriam encontrar sua suficiência em Cristo. “Aconselho-te que compres DE MIM...”. Cristo se apresenta à igreja como um mercador espiritual.Ele exorta a igreja a adquirir ouro para sua pobreza, vestimentas brancas para sua nudez e colírio para sua cegueira.
·         O ouro que Cristo tem é o Reino do céu. A roupa que Cristo oferece são as vestes da justiça e da santidade. O colírio que Cristo tem abre os olhos para o discernimento. Cristo está conclamando os crentes a não confiarem em seus bancos, em suas fábricas e em sua medicina. Ele os chama a ele mesmo. Só Cristo pode enriquecer nossa pobreza, vestir nossa nudez e curar a nossa cegueira.
2.      Cristo chama a igreja a uma mudança de vida – v. 19
 ·         “Eu disciplino e repreendo a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te”. Cristo não desiste da igreja. Apesar da sua condição, ele a ama. Antes de revelar o seu juízo (vomitar da sua boca) ele demonstra a sua misericórdia (repreendo e disciplino aqueles que amo).
·         Disciplina é um ato de amor. Porque ele ama, disciplina. Porque ama chama ao arrependimento. Porque ama nos dá oportunidade de recomeçar. Porque ama está disposto a perdoar-nos.  Arrepender-se é dar as costas a esse cristianismo de aparências, de faz de conta, de mornidão. A piedade superficial nunca salvou ninguém. Não haverá hipócritas no céu. Devemos vomitar essas coisas da nossa boca, do contrário, ele nos vomitará. 
3. Cristo convida a igreja para a ceia, uma profunda comunhão com ele - v. 20
·         Um convite pessoal. A salvação é uma questão totalmente pessoal. Enquanto muitos batiam a porta no rosto de Jesus, outros são convidados por ele. Cristo vem visitar-nos. Coloca-se em frente da porta do nosso coração. Ele bate. Ele deseja entrar. É uma visita do Senhor.
·         Uma decisão pessoal. “Estou à porta e bato, se alguém abrir a porta entrarei...”. Jesus bate através de circunstâncias e chama através da sua Palavra. Embora Cristo tenham todas as chaves, ele prefere bater à porta É preciso ouvir a voz de Jesus.
·         Um convite para cear – Que ele nos convide a vir e cear com ele é demasiada honra; mas que ele deseje participar da nossa humilde mesa e cear conosco é tão admirável que ultrapassa nossa compreensão finita. 

III. A PROMESSA – V. 14,21,22
1.      Jesus tem competência para fazer a promessa – v. 14
·         Cristo é o Amém e a Testemunha Fiel e Verdadeira. Para uma igreja marcada pelo ceticismo, incredulidade, tolerância Jesus se apresenta como o Amém. Ele é a verdade, e fala a verdade e dá testemunho da verdade.
·         Seu diagnóstico da igreja é verdadeiro. Seu apelo à igreja deve ser levado a sério. Suas promessas à igreja são confiáveis. Em face da vida morna e indiferente da igreja, Jesus é a verdade absoluta que tudo vê, tudo sonda, tudo conhece.Ele cumpre o que diz. Para uma igreja morna e inconstante, Cristo se apresenta como aquele é preciso e confiável.  
2.      Jesus tem autoridade para tornar a promessa realidade – v. 14
·         Cristo é o princípio da criação de Deus – Em face da vida caótica da igreja, Jesus é aquele que é a origem da criação. Como ele deu ordem aos caos do universo, ele pode arrancar a igreja do caos espiritual.
3. Jesus tem poder para conduzir os vencedores ao seu trono de glória – v. 21,22
·         Quando Cristo entra em nossa casa recebemos a riqueza do Reino. Recebemos vestes brancas de justiça. Nossos olhos são abertos. Temos a alegria da comunhão com o Filho de Deus. Mas temos, também, a promessa que excede em glória a todas as outras promessas ao vencedor. Reinaremos com ele. Assentaremos em tronos com ele. Um trono é símbolo de conquista e autoridade.
·         A comunhão da mesa secreta é transformada em comunhão de trono pública.Como Cristo participa do trono do Pai, também participaremos do trono de Cristo. Quando abrimos a porta para Cristo entrar em nossa casa, recebemos a promessa de entrar na Casa do Pai. Quando recebemos Cristo à nossa mesa, recebemos a promessa de sentarmos com ele em seu trono.

 CONCLUSÃO: Nosso estudo termina com esta carta. Mas a história da Igreja não termina assim. Com o capítulo 4 de Apocalipse,passamos da Igreja sobre a terra à igreja no céu. Os olhos de João nos mostra o trono do universo. Diante desse trono estão querubins, os anjos e a igreja glorificada. O livro da história está nas mãos do Cordeiro e só Cristo pode abrir os selos. Além disso, “nenhuma condenação há para aqueles que estão em Cristo Jesus”. A segurança da igreja está garantida .Assim, depois de combatermos aqui o bom combate e completarmos a nossa carreira, iremos nos juntar à Igreja Vitoriosa, na grande multidão que ninguém poderá contar, vinda de toda nação, tribo, povo e língua e ali estaremos com eles perante o trono de Deus, com Cristo para sempre. “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas”. SOLI DEO GLORIA

 

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