Introdução: Nos dias do profeta Ageu, o povo que voltara do cativeiro babilônico se encontrava sem disposição alguma de reedificar o templo do Senhor. Davam desculpas a respeito de sua responsabilidade, mas ao mesmo tempo edificavam suas próprias casas para seu próprio conforto. Uma das mais profundas razões da falta de prosperidade financeira é abordada na Bíblia como tendo sua raiz no egoísmo e na falta de sensibilidade para com aquilo que deve ser feito em prol da Casa e do Reino de Deus. Muita gente passa toda a sua vida pensando unicamente em si mesmo, sem se dispor a fazer nada para Deus. Trabalham somente pelo seu conforto e fazem tudo para estarem em tranquilidade, mas não conseguem se dispor para servir ao Senhor. Muitas vezes não entendemos que enquanto estamos correndo atrás de nossas próprias coisas, o Senhor está esperando algo diferente de nós. O Livro de Ageu tem muito para ensinar-nos sobre a bênção financeira de Deus em nossas vidas.
I. O PROBLEMA DO MUITO ESFORÇO E POUCO RESULTADO, Ag 1.6
Ao protestar contra a atitude do povo, Deus demonstra esperar que eles se envolvessem na sua obra. E revela também que a razão de não estarem prosperando (pelo contrário, acabavam vendo seus bens e provisão misteriosamente desaparecer) era o fato de não se importarem com a Sua Casa.
a) A falta de realização na dimensão de conquistas alcançadas é vista na vida do povo hebreu. E há a mais contundente afirmação de perdas materiais e financeiras inexplicadas: o saquitel furado. Mesmo aquilo que tenta se guardar ou economizar some como se depositado num saco furado. Isto não é apenas sintoma de um momento de crise econômica, e sim de ausência da bênção do Senhor. Precisamos aprender a edificar com a bênção de Deus.
b) Fazer algo sozinho ou debaixo da graça do Pai Celeste têm muita diferença, vejamos o Sl 127.1,2. Embora o trabalho seja um meio de provisão, o qual Deus usa para abençoar seus filhos, fica clara a diferença entre quem alcança algo sozinho e quem o faz com a bênção do alto. Esforço e trabalho produzem resultados, mas isto só ainda não nos leva ao melhor de Deus. E quando quebramos princípios bíblicos (como o povo de Deus fez nos dias de Ageu) além de não entrar na bênção, ainda produzimos o efeito inverso: não prosperamos.
a) Cada pessoa deveria reconhecer a bênção do céu sobre si e ser grato por isto. No caso de ingratidão, Deus usaria uma forma especial de chamar a atenção de seu povo: eles perderiam esta bênção. O Senhor sempre corrige seu povo; não porque queira nos prejudicar, mas justamente porque nos ama e deseja o nosso melhor. Foi o que Ele fez nos dias do profeta Ageu; isto fica bem claro em suas palavras ao povo, Ag 2.15-19
b)A insuficiência se estabeleceu como uma maldição na vida do povo de Israel naqueles dias. O estoque de grãos se dissipava antes de ser consumido. Toda sorte de empecilhos à prosperidade se instalou impedindo a bênção financeira. Todo esforço no trabalho era recompensado com perdas, mas assim que o povo decidiu retomar a edificação da casa de Deus, a frutificação começou a acontecer de fato! O Senhor disse que os abençoaria a partir daquele dia em que voltaram a investir seu tempo, trabalho e recursos no Reino de Deus.
c)O problema de Israel era um só: o egoísmo e a indiferença para com Deus. E este não é apenas um problema do passado. Há muitos cristãos hoje que estão presos em seu egoísmo e não conseguem pensar em outra coisa além de si mesmos. Quando nos recusamos a investir na casa de Deus é porque queremos usar aqueles recursos para nós mesmos. E Deus não pode abençoar esta atitude!
III. O REINO DE DEUS DEVE VIR SEMPRE EM PRIMEIRO LUGAR
a)Este princípio da bênção ligada à atitude que temos para com as coisas de Deus não é uma injustiça cometida contra nós. Alguns acham que Deus (e/ou seus pregadores) nos ameaçam com problemas financeiros para nos coagir a dar. Mas ao instituir este princípio, o Senhor o fez para o nosso próprio bem. Quando damos a Deus, estamos quebrando a cadeia do egoísmo e nos colocando em um lugar onde Deus pode nos abençoar.
b)Jesus nos ensinou a não nos preocupar com o que havemos de comer, beber ou vestir (Mt. 6:25). Não porque estas coisas não sejam importantes, mas por que a forma de obtê-las não é mediante esforço ou ansiedade, e sim por colocar os devidos princípios espirituais para operar em nosso favor. E isto inclui uma mudança de prioridades e valores em nossa vida, Mt 6.33. Quando colocamos o Reino de Deus em primeiro lugar e nos importamos com as coisas dEle, o veremos se importando com aquilo que nos diz respeito. Isto nos leva de volta a duas das grandes leis que são abordadas no livro de Ageu: Dar e Receber, Semeadura e Ceifa.
IV. OS ABALOS DE DEUS, HB 12.25-29
Os abalos de Deus são o modo como Deus faz com que nossas vidas sejam sacudidas para que as coisas abaláveis sejam removidas e as inabaláveis permaneçam. Vemos que a rebeldia daqueles que não dão ouvidos à voz divina será repreendida com abalos. Note que não estamos falando sobre Deus recompensar a fidelidade com abalos, mas sim daqueles que rejeitam a voz de Deus, ou seja, sua Palavra, conforme o Sl 68.6b
a)O tratamento e correção de Deus nas nossas vidas vêm naquelas áreas onde ainda não estamos correspondendo com o que Ele diz em sua Palavra. O Senhor fala claramente sobre trazer seus abalos. Este texto fala de abalos sísmicos, tremores de terra produzidos por terremotos. E simbolicamente mostrou que as perdas não são oriundas apenas de um saquitel furado, mas de abalos que Deus traz sobre seu povo.
b)Ageu foi a primeira voz profética que se levantou entre os israelitas depois do exílio na Babilônia. A reconstrução do templo fora interrompida, e estava parada por cerca de quinze anos; o povo não se envolvia na retomada da restauração dizendo que o tempo de reconstruir a casa de Deus ainda não havia chegado. Então o Senhor o envia com uma mensagem de repreensão ao seu povo, mostrando que enquanto não se importassem com o estado de Sua Casa, Ele prosseguiria abalando a vida financeira deles, Ag 1.9-11.
c)É estranho demais ver Deus dizendo que Ele fez com que o muito esperado se tornasse pouco na colheita de seu povo e, ainda, depois tenha assoprado sobre o pouco, fazendo-o dissipar-se. Não combina com a mensagem de prosperidade de nossos dias, o fato de Deus mandar os céus reterem o orvalho e a terra reter seu fruto; nem tampouco Ele fazer vir a seca! Mas Deus fez tudo isto. Por quê? Porque somente abalando as coisas naturais na vida de seu povo é que as coisas espirituais teriam seu lugar. Eles só estavam pensando em si mesmos e haviam abandonado a restauração da casa do Senhor; mas Deus conseguiu recuperar a atenção e serviço deles de uma forma muito especial.
d)Quando o escritor de Hebreus escreveu sobre as coisas abaláveis serem removidas, ele falou sobre as inabaláveis permanecerem e então acrescentou que temos recebido um reino inabalável! Ou seja, quando estamos sufocando as coisas espirituais por uma dedicação dirigida somente ao que é natural, Deus pode fazer tremer o que é abalável, o natural, para que caindo estas coisas, permaneça em nossas vidas aquilo que é espiritual.
e)De nada adianta edificarmos somente para nós mesmos; devemos edificar para o Senhor em nossas vidas, pois quando os abalos de Deus vierem, só ficará de pé o que construímos para o Senhor, e o que é nosso, humano, cairá. Em Lucas 14:28-30 Jesus assemelhou a vida cristã à edificação de uma torre, mostrando que no plano espiritual também edificamos.
Tal qual nos dias de Ageu, quando nos esquecemos das coisas de Deus e queremos buscar somente as nossas próprias, Deus não somente deixa de ter um compromisso de nos abençoar, como pode nos julgar e disciplinar, uma vez que a responsabilidade de edificar o reino de Deus é nossa. Porém, quando procedemos de forma correta, e colocamos o Senhor em primeiro lugar, tudo muda. A benção e a provisão divina fluem milagrosa e abundantemente.
Quando os israelitas compreenderam que a ausência de prosperidade era uma forma de Deus fazê-los voltar a investir em sua casa, eles se animaram a obedecer sob a promessa divina de que então a prosperidade viria sobre eles. Em uma de suas profecias, Ageu deixa claro que os abalos visavam trazer para Deus os recursos para a restauração de sua casa, Ag 2:6-9.
Conclusão: Talvez sua vida esteja sendo abalada pelo Senhor e você não sabe o que fazer; aliás, não há realmente nada a fazer quando os abalos divinos chegam a não ser mudar a atitude de vida. Deus quer mudar seus valores, quer que você coloque o reino d’Ele em primeiro lugar.Deus quer que você seja próspero e abençoado com toda a sua família. Seja um dizimista fiel, seja um ofertante agradecido e contribua para o Reino de Deus que declara: “minha é a prata e meu é o ouro diz o Senhor dos Exércitos.” SOLI DEO GLORIA.
2 comentários:
Parabéns pelo Estudo! Que o nosso Senhor continue lhe dando sabedoria para interpretar a Sua Palavra. Abraços
Naldo Nauar
EXCELENTE, DEUS TE ABENÇOE ABUNDANTEMENTE!
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