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ARTIGO: "ESCONDI A TUA PALAVRA NO MEU CORAÇÃO"



O ser humano está sempre guardando alguma coisa. Há aqueles que ajuntam dinheiro, pensando que a riqueza lhes dará ma segurança no futuro. Mas o dinheiro não é seguro nem oferece segurança. Os ladrões, a traça e a ferrugem consomem o dinheiro. Há aqueles que guardam seus troféus e títulos. Ficam embriagados pelo seu próprio sucesso. Muitos ainda guardam lembranças amargas, abastecendo a alma com reminiscências dolorosas. Mas guardar a Palavra é a melhor coisa que podemos fazer.

Há crentes que gostam de fazer coleção de bíblias, enchendo prateleiras de exemplares nas mais variadas versões, mas não guardam a Palavra de Deus no coração. Outras pessoas lidam com a Bíblia de forma mística, mantendo-a aberta no Salmo 91, esperando com isto afastar as más influências. Ainda outros, consultam-na como se fosse um horóscopo cristão, abrindo-a aleatoriamente e interpretando os textos fora do seu contexto. Muitos crentes, de forma imatura, acabam proibindo em nome de Deus o que Ele não está proibindo e aprovando em Seu nome o que ele reprova. A Bíblia precisa ser lida e interpretada corretamente. Muito mais que isso, ela precisa ser guardada no coração.

A Palavra de Deus, na verdade, é um antídoto contra o pecado. Por ela somos lavados, purificados e vivificados. Na medida em que lemos a Palavra, ela nos lê. Quando a examinamos, ela nos examina e nos corrige. Crentes imaturos não se alimentam de comida sólida. Eles ficam sempre nos rudimentos. Crentes fortes, robustos na fé, piedosos e cheios do Espírito são aqueles que têm fome da Palavra e têm nela todo o seu deleite e prazer. Hoje, muitos crentes buscam sucesso segundo os padrões do mundo, mas o verdadeiro sucesso está em meditar, obedecer e ensinar a Palavra de Deus. Que a Igreja Betel, a Igreja da Palavra, continue sendo instrumento de Deus para que no poder do Espírito Santo a Palavra do Senhor tenha lugar e vez na vida de homens e mulheres vitoriosos em nome de Jesus.


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"TENDE EM VÓS O MESMO SENTIMENTO QUE HOUVE TAMBÉM EM CRISTO JESUS"



UM ESTUDO EM FILIPENSES 2.6-11

INTRODUÇÃO: Com a proximidade do Natal, resolvi trazer para nossa edificação um dos textos mais profundos da Bíblia, no qual o apóstolo Paulo fala da humilhação e exaltação de Cristo. Ao escrever aos Filipenses, da prisão, ele os admoestou a seguir o exemplo de Cristo. A atitude de serviço e abnegação, com vistas a auxiliar outros, deveria estar presente e se expandir na vida de cada discípulo. Se Jesus não é nosso exemplo, então nossa fé é estéril e nosso culto em vão.
I. A HUMILHAÇÃO (2.6-8)
1. Ele voluntariamente abriu mão de seus direitos (2.6). Jesus antes da sua encarnação sempre foi Deus co-igual, co-eterno e consubstancial com o Pai e com o Espírito Santo. Ele sempre foi revestido de glória e majestade (Jo 17.5). Ele é o criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis (Cl 1.16). Ele sempre foi adorado pelos anjos no céu. Cristo Jesus sempre foi (e continuará sempre sendo) Deus por natureza, a expressa imagem da Divindade. Ele sempre possuiu toda a glória e louvor no céu. Com o Pai e o Espírito Santo, ele sempre reinou sobre o universo. Mas abdicou de tudo isso por amor de nós.

2. “Não julgou como usurpação o ser igual a Deus”. Ou seja, não considerou a sua igualdade com Deus como “algo que deveria reter egoisticamente. Jesus não se agarrou aos privilégios de sua igualdade com Deus. Cristo não usou sua igualdade com Deus como desculpa para auto-afirmação, ou autopromoção. Ele abriu mão de sua glória, desceu das alturas e, usou seus privilégios para abençoar os outros. A Bíblia diz que ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo (At 10.38).
3. Ele se esvaziou (2.6,7).O Filho de Deus deixou o céu, a glória, seu trono, e fez-se carne, fez-se homem, se encarnou. Aquele que em seu estado pré-encarnado é igual a Deus é a mesma Pessoa que se esvaziou. Do que Cristo se esvaziou? Certamente não foi da existência “na forma de Deus”. Isso seria impossível. Ele continuou sendo o Filho de Deus. Indubitavelmente, Cristo renunciou seu ambiente de glória. Ele pôs de lado sua majestade e glória (Jo 17.5), mas permaneceu Deus. Ele jamais deixou de ser o possuidor da natureza divina. Mesmo em seu estado de humilhação ele jamais se despojou de sua divindade. Para cumprir os desígnios de Deus, houve em Jesus, como base do seu ministério vitorioso, um princípio pleno de renúncia, sacrifício e devotamento:
· Abriu mão de sua relação favorável à lei divina. Enquanto permanecia no céu nenhuma carga de culpa pesava sobre ele. Entretanto, ao encarnar-se, ele que não conheceu pecado, se fez pecado por nós (Jo 1.29; 2Co 5.1); ele que era bendito eternamente se fez maldição por nós (Gl 3.13) e levou sobre seu corpo, no madeiro, todos os nossos pecados (1Pe 2.24).
· Abriu mão de suas riquezas. Jesus renunciou tudo, até mesmo sua própria vida (Jo 10.11). Tão pobre ele era que tomou emprestado um lugar para nascer, uma casa para pernoitar, um barco para pregar, um animal para cavalgar, uma sala para reunir e um túmulo para ser sepultado.
· Abriu mão de sua glória celestial. Ele tinha glória com o Pai antes que houvesse mundo (Jo 17.5). Mas, voluntariamente deixou a companhia dos anjos e veio para ser perseguido e odiado pelos homens. Ele, em cuja presença os serafins cobriam o rosto, o objeto da mais solene adoração, voluntariamente desceu a este mundo, onde foi “desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer” (Is 53.3).
· Renunciou ao livre exercício de sua autoridade. Ele voluntariamente se submeteu ao Pai e disse: “Eu não procuro a minha própria vontade, e, sim, a daquele que me enviou” (Jo 5.30). Antes de Jesus vir ao mundo, as pessoas só podiam conhecer a Deus parcialmente. Depois, puderam conhecê-lo plenamente em Jesus. Cristo é a perfeita expressão de Deus, pois Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade.
3. Ele serviu (2.7). Ele assumiu a forma de servo e serviu. O Senhor de todos tornou-se servo de todos (Mt 20.27; Mc 10.45). Jesus assumiu a forma de servo e serviu aos pecadores, às meretrizes, aos cobradores de impostos, aos doentes, aos famintos, aos tristes e enlutados. Quando seus discípulos, no cenáculo, ainda alimentavam pensamentos soberbos, ele pegou uma toalha e uma bacia e levou os seus pés (Jo 13.1-13).
4. Ele se tornou em semelhança de homens (2.7). Aquele que era em forma de Deus e era igual a Deus desde toda a eternidade tomou a forma de homem num particular momento da história. Ele continuou subsistindo em forma de Deus em sua natureza essencial a despeito de sua encarnação. Ele conservou a natureza essencial de Deus mesmo depois de se tornar em semelhança de homens.
5. Ele se sacrificou (2.8). Jesus Cristo serviu sacrificialmente e foi obediente até à morte e morte de cruz. A morte de cruz tinha três características: era dolorosíssima, pois era a pena de morte aplicada apenas aos mais perigosos criminosos; era ultrajante, uma vez que a pessoa condenada era açoitada, ultrajada e cuspida e, depois, tinha que carregar a cruz debaixo do escárnio da multidão até o lugar da sua execução; e era maldita. Uma pessoa que era dependurada na cruz era considerada maldita (Dt 21.23; Gl 3.13).
6. Ele deu a própria vida. Não devemos olhar a morte de Cristo na cruz apenas sob a perspectiva do sofrimento físico. Cristo não foi para a cruz porque Judas o traiu por ganância, porque os sacerdotes o entregaram por inveja ou porque Pilatos o condenou por covardia. Ele foi para a cruz porque o Pai o entregou por amor e porque ele a si mesmo se entregou por nós. Ele morreu pelos nossos pecados (1Co 15.3). A cruz de Cristo é a maior expressão do amor de Deus por nós e a mais intensa expressão da ira de Deus sobre o pecado. O salário do pecado é a morte. Então, Deus num ato incompreensível de eterno amor, puniu o nosso pecado em seu próprio Filho, para poupar-nos da morte eterna. Na cruz Jesus foi desamparado para sermos aceitos. Ele se fez maldição na cruz para sermos benditos e morreu a nossa morte para vivermos a sua vida.

II. A EXALTAÇÃO (2.9-11)
1. É obra de Deus (2.9). O mesmo que se humilhou foi exaltado e essa exaltação lhe foi dada pelo Pai. O caminho da exaltação passa pelo vale da humilhação; a estrada para a coroação, passa pela cruz. Deus exalta aqueles que se humilham (1Pe 5.6). Foi por causa do sofrimento da morte que essa recompensa lhe foi dada (Hb 1.3; 2.9; 12.2). Porque Jesus se humilhou, ele foi exaltado. O Pai lhe deu o nome que está acima de todo nome.
2.É incomparável (2.9). A expressão “o exaltou sobremaneira” só pode ser aplicado a Cristo. Deus, o Pai enalteceu o Filho de uma forma transcendentemente gloriosa. Cristo ultrapassou os céus (Hb 4.14), foi feito mais alto que os céus (Hb 7.26) e subiu acima de todos os céus (Ef 4.10). A exaltação incomparável de Cristo constitui-se no fato dele ter recebido um nome que está acima de todo nome (2.9). Ele recebeu este nome por herança (Hb 1.4) e por doação (2.9). O nome de Jesus, agora, é possessão da igreja. Por meio desse nome os enfermos são curados (At 3.6), os perdidos são salvos (At 4.12), os crentes são perdoados (1Jo 2.12), os cativos são libertos (Lc 10.17), as orações são respondidas (Jo 16.23). O apóstolo Paulo diz que devemos fazer tudo em nome de Jesus (Cl 3.17). O título pelo qual Jesus chegou a ser conhecido na Igreja primitiva foi Kyrios. Desta maneira, quando Jesus era chamado Kyrios, Senhor, significava que era o Senhor absoluto de tudo e de todos. A grande ênfase do Novo Testamento é sobre o senhorio de Cristo. O Filho de Deus é chamado de Senhor mais de seiscentas vezes no Novo Testamento. Somente os que confessam que Jesus é Senhor podem ser salvos. A Bíblia diz que quem tem o Filho tem a vida.
3. Exige rendição de todos (2.10). Na segunda vinda de Cristo os três mundos vão se dobrar aos seus pés: os céus, a terra e o inferno. Todo o joelho vai se curvar diante do poderoso nome de Jesus no céu (os anjos e os remidos), na terra (os homens) e debaixo da terra (demônios e condenados).
4. É proclamada universalmente (2.11). Toda língua vai confessar que Jesus é Senhor. Ele é o Rei dos reis, o Senhor dos senhores, o Todopoderoso Deus, diante de quem os poderosos deste mundo vão ter que se curvar e confessar que ele é Senhor. Aqueles que zombaram dele vão ter que confessar que ele é o Senhor. Aqueles que o negaram e nele não quiseram crer, vão ter que admitir e confessar que ele é Senhor. Essa confissão será pública e universal. Todo o universo vai ter que se curvar diante daquele que se humilhou, mas foi exaltado sobremaneira! Todas as criaturas e toda a criação reconhecerão que Jesus é Senhor (2.11; Ap 5.13).
5. Tem um propósito estabelecido (2.11). A exaltação de Jesus tem dois propósitos claros: que todos, em todo o universo reconheçam o senhorio de Jesus Cristo. Deus o exaltou o fez assentar à sua destra e o constitui o Senhor absoluto do todo o universo. O senhorio de Cristo foi a grande ênfase da pregação apostólica (At 2.36; Rm 10.9; Ap 17.14; 19.16) e que o Pai seja glorificado pela exaltação do Filho. O fim último de todas as coisas é a glória de Deus (1Co 10.31). Toda a glória que não é dada a Deus é glória vazia, é vanglória. Cristo se humilhou e suportou a cruz para a glória de Deus (Jo 17.1). Ele ressuscitou e foi exaltado para a glória de Deus (2.11).

CONCLUSÃO: Podemos encerrar nosso estudo com o lindo Cântico que será entoado no céu:
“Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra e glória e louvor... Aquele que está assentado no trono e ao Cordeiro seja o louvor, a e honra e a glória e o domínio pelos séculos dos séculos” (Ap 5.12-13). SOLI DEO GLORIA

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ESTUDO: É HORA DO CULTO OU É HORA DO SHOW ?



Texto Bíblico: II Tm 3.1-13

Introdução:
Há muitos anos Spurgeon grande pregador disse: “O fato é que muitos gostariam de unir igreja e palco, baralho e oração, danças e ordenanças. Se nos encontramos incapazes de frear essa enxurrada, podemos, ao menos, prevenir os homens quanto à sua existência e suplicar que fujam dela. Quando a antiga fé desaparece e o entusiasmo pelo evangelho é extinto, não é surpresa que as pessoas busquem outras coisas que lhes tragam satisfação. Na falta de pão, se alimentam com cinzas; rejeitando o caminho do Senhor, seguem avidamente pelo caminho da tolice”. Os artifícios atraem a multidão. Há um crescimento numérico na assistência aos cultos das igrejas que podem pagar por produções, efeitos e instalações. Algumas delas enchem auditórios enormes, com milhares de pessoas, várias vezes por semana. Por causa do sucesso, muitos líderes estão procurando novas técnicas e formas de entretenimento para continuar atraindo o povo. O temor ao Senhor não parece ter importância para eles.

1. É HORA DO ESPETÁCULO!

Em algumas igrejas modernas, em lugar do púlpito, o enfoque está no palco. Elas estão contratando especialistas em mídia, consultores de programação, diretores de cena, professores de teatro, peritos em efeitos especiais e coreógrafos. A igreja não deveria fazer do seu ministério, uma alternativa aos divertimentos seculares (1 Ts 3.2-6). Isto acaba corrompendo e barateando a sua verdadeira missão. Não somos carnavalescos, vendedores de carros ou camelôs. Somos embaixadores de Cristo (2 Co 5.20).

Se o mundo olha para a igreja e vê ali um centro de entretenimento, estamos transmitindo a mensagem errada. Se os cristãos enxergam a igreja como um salão de diversões, a igreja morrerá. Em Cristo não há opções, At 4.12,Rm 9.33; 1 Pe 2.8. O Evangelho é perturbador, chocante, constrangedor, confrontador, produz convicção de pecado e é ofensivo ao orgulho humano. Não há como “fazer marketing” do evangelho bíblico. Os que pregam uma mensagem “light” procurando atrair pessoas, corrompem e obscurecem os pontos cruciais da mensagem. A igreja precisa reconhecer que sua missão nunca foi a de relações públicas ou de vendas; fomos chamados a um viver santo, a declarar a verdade de Deus sem comprometê-la a um mundo que não crê e que jaz no maligno.

Alguns líderes colocam o crescimento numérico acima do crescimento espiritual, crendo que podem induzir esse crescimento numérico por técnicas que produzem resultados. O modismo provocado por essa filosofia está se tornando uma obsessão para muitos. Está afastando as pessoas das igrejas e desviando as igrejas das prioridades bíblicas. Não é mais hora do Culto, “é hora do show”. A igreja foi atraída para longe do verdadeiro avivamento e seduzida por aqueles que advogam a popularização do evangelho.

2. PRAGMATISMO: SE FUNCIONA E SE LOTA A IGREJA, É DE DEUS!

O que teria acontecido se os profetas do Antigo Testamento tivessem endossado essa filosofia? Jeremias, por exemplo, pregou durante quarenta anos sem ver qualquer resultado significativo. Pelo contrário, seus conterrâneos ameaçaram matá-lo, se não parasse de profetizar (Jr 11.19-23); sua própria família e amigos conspiraram contra ele (12.6); Deus não o permitiu casar, ele sofreu uma solidão agonizante (16.2); houve conspirações secretas para matá-lo (18.20-23); foi ferido e colocado no tronco (20.1,2); foi espionado por amigos que buscavam vingança (v. 10); foi consumido por desgosto e vergonha, chegando a amaldiçoar o dia em que nasceu (v. 14-18); e por fim foi injuriado e considerado um traidor de sua própria nação (37.13,14). Ele foi açoitado e atirado em um calabouço, passando ali muitos dias sem comer (v. 15-21). Se um etíope não tivesse intercedido em seu favor, Jeremias teria morrido ali. Por fim, a tradição ensina que ele foi exilado para o Egito, onde foi apedrejado e morto por seu próprio povo. Jeremias não teve convertidos, não teve ministério grande, nem foi popular, nada humanamente falando parecia justificar sua missão de profeta, a não a ser o grande diferencial: ele falava em nome do Senhor Deus.

O apóstolo Paulo também não usou um método baseado em técnicas de marketing. Pelo contrário, evitou métodos engenhosos e artifícios que o conduzissem as pessoas a falsas conversões, através da persuasão carnal,I Co 2.1-5; I Ts 2.3-6.

Este pragmatismo na igreja reflete bem o espírito de nossa época. Livros com títulos sobre Marketing para Igreja são a última moda. O modelo para o pastor contemporâneo não é mais o profeta nem o pastor, é o executivo de corporação, o político ou, pior ainda, o apresentador de programas de televisão. A maioria das igrejas está preocupada com índices de audiência, pesquisas de popularidade.O que está desaparecendo é a paixão da igreja pela pureza e pela verdade.

O Pragmatismo rouba da igreja o seu papel profético. Faz dela uma organização popular, que recruta seus membros oferecendo-lhes um ambiente de calor humano e amizade, no qual as pessoas comem, bebem e são entretidas. A igreja acaba funcionando mais como um clube do que como uma casa de adoração.
A igreja é o corpo de Cristo (1 Co 12.27), e as reuniões da igreja são para adoração e instrução. O único alvo legítimo da igreja é “o aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.12) – crescimento vital, não apenas expansão numérica.

A idéia de que as reuniões da igreja deveriam ser usadas para encantar ou atrair os não-cristãos é um conceito relativamente novo. Nas Escrituras, não há qualquer sugestão quanto a isso: 1 Co 14.23; Hb 10.24,25. At 2.42 mostra-nos o padrão que a igreja primitiva seguia, quando se reunia. Jesus comissionou seus discípulos para evangelizar, Mt 28.19. Ele mostrou que a igreja deve ir ao mundo. Uma abordagem que enfatiza a apresentação do evangelho de uma forma facilitada dentro da igreja, exime o crente de sua obrigação pessoal de ser uma luz no mundo (Mt 5.16).

A proclamação da Palavra de Deus deve ser central na igreja: 1 Co 1.23; 9.16; 2 Co 4.5; 1 Tm 6.2; 2 Tm 4.2. O pastor que coloca o entretenimento acima da pregação bíblica abdica da responsabilidade primária de sua função, Tt 1.9.

A estratégia da igreja nunca foi de apelar ao mundo utilizando os meios do mundo. Não se espera que as igrejas estejam competindo pelo consumidor no mesmo nível que uma cerveja famosa ou uma grande rede de televisão. Não há como estimularmos crescimento genuíno com técnicas mundanas. É o Senhor quem acrescenta as almas à igreja (At 2.47). Metodologias humanas não podem acelerar ou suplantar o processo divino. Qualquer crescimento adicional que venha a produzir não passará de uma pobre e infrutífera imitação.

3. TEOLOGIA MALIGNA, TÉCNICA MUNDANA.

A filosofia que une técnicas de marketing com a teoria de crescimento da igreja resulta de uma péssima teologia. Temos uma sociedade repleta de pessoas que desejam o que querem, quando o querem. Estão presos ao seu próprio estilo de vida, recreação e entretenimento. Querem conforto, felicidade e sucesso. E, quando a igreja apela a esses desejos egoístas, apenas alimenta uma futilidade (e vaidade) que impede a verdadeira piedade.

A igreja se acomodou à cultura ao inventar um tipo de cristianismo onde o tomar a cruz tornou-se opcional, ou até mesmo, impróprio. De fato, muitos dos membros de igrejas no Brasil e no mundo crêem que servirão melhor a Deus se confrontarem o mundo o menos possível. O mundanismo e a autoindulgência vêm sutil, porém efetivamente, devorando o coração da igreja. O evangelho freqüentemente pregado em nossos dias está tão distorcido que oferece o crer em Cristo como nada mais do que um simples meio para o contentamento e a prosperidade. O escândalo da cruz (Gl 5.11) tem sido sistematicamente removido, de modo que a mensagem se torne mais aceitável aos incrédulos.

E quando, em cima disso, cantores profanos, ventríloquos, palhaços, atiradores de facas, lutadores profissionais, levantadores de peso, comediantes, dançarinos, malabaristas de circo, artistas de rap, atores e celebridades assumem o lugar do pregador, a mensagem do evangelho recebe um golpe catastrófico: Rm 10.14. Creio que podemos ser criativos e inovadores quanto à forma de apresentarmos o evangelho, mas precisamos ter o cuidado de harmonizar nossos métodos com as profundas verdades espirituais que estamos procurando transmitir.

Os líderes não devem se precipitar em abraçar as tendências das megaigrejas cheias de tecnologia. Não desdenhe a adoração e a pregação convencionais. Não precisamos de abordagens engenhosas para que as pessoas sejam salvas (1 Co 1.21). Precisamos apenas voltar a pregar a verdade e plantar a semente. Se formos fiéis nisso, o solo que Deus já preparou haverá de produzir fruto.

CONCLUSÃO: Eis o desafio para a Igreja Betel: 2 Co 7.1. Não é a engenhosidade de nossos métodos, nem as técnicas de nosso ministério, nem a perspicácia de nossos sermões que trazem poder ao nosso testemunho. É a obediência a um Deus santo e a fidelidade ao seu justo padrão em nosso viver diário. Somos chamados a lutar uma batalha espiritual e não poderemos ganhá-la apaziguando o inimigo. O mundo necessitado precisa ser confrontado com a mensagem da salvação; e talvez haja pouco tempo para isso. Como Paulo escreveu à igreja em Roma: “Já é hora de vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto do que quando no princípio cremos. Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz (Rm 13.11,12).
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